CCP quer conhecer origem de fundos para contrariar desemprego jovem

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João Vieira Lopes Foto: Rui Gaudêncio

O presidente da Confederação do Comércio de Portugal quer saber onde é que o Governo vai cortar para garantir fundos que sustentem o pacote de apoio para combater o desemprego jovem, que prevê apresentar à Comissão Europeia.

“A maior parte dos fundos já cá estava. É uma reorientação de fundos. Estamos atentos é para ver onde é que eles vão ser cortados”, disse João Vieira Lopes, sublinhando que “neste momento a expectativa de receber fundos extra europeus é... uma expectativa”.

O Governo quer colocar em prática um conjunto de medidas no âmbito do combate ao desemprego jovem que poderão beneficiar entre 77 mil e 165 mil jovens.

O documento prevê vários cenários sendo que o primeiro, menos ambicioso, passa pela reprogramação de fundos comunitário e que a ser aceite permitiria alocar 351,7 milhões de euros ao “Impulso Jovem”. Neste cenário, seriam beneficiados 77 mil jovens.

No segundo cenário, mais ambicioso, o Governo propõe a Bruxelas um reforço das verbas comunitárias, o que, a ser aceite, permitiria a Portugal alocar para este programa mais de 651 milhões de euros e, assim, beneficiar quase 165 mil jovens.

Para João Vieira Lopes é importante que as medidas propostas pelo governo sejam aplicadas e destacou a importância de evitar a “fuga de cérebros” para o estrangeiro.

“Nós estamos a pagar a formação aos jovens, a qualificação, licenciaturas, mestrados, doutoramentos e portanto, até para o próprio país, é um gasto estarmos a sustentar esta formação e as pessoas depois irem para o estrangeiro”, afirmou.

Entre as várias medidas propostas a Bruxelas, destacam-se o ‘passaporte-emprego’, com vista à criação de estágios profissionais a desempregados, o “Vida Activa Jovem”, um “incentivo à promoção da orientação profissional”.

O Governo quer ainda apostar no empreendedorismo – sendo a agricultura um dos eixos fundamentais da aposta de Portugal – e promover a internacionalização, permitindo assim estágios em organizações internacionais e apoios à colocação em empresas estrangeiras.

O plano proposto pelo Governo em Bruxelas prevê ainda um conjunto de medidas que visam intensificar o apoio às Pequenas e Médias Empresas.

Este último ponto também é sublinhado pelo presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.

“Na nossa opinião só as PME neste momento é que estão em condições de criar emprego porque em alturas de crise é sabido que as grandes empresas racionalizam-se reduzindo os quadros de pessoal e portanto também consideramos positivo”, disse João Vieira Lopes.

Grécia e Espanha são os países com taxas de desemprego mais altas, quase nos 50%, e Portugal é o terceiro país com mais jovens desempregados, acima dos 35%, segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat e que colocam a taxa de desemprego em Portugal em Janeiro nos 14,8%.

O plano do Governo foi elaborado pela Comissão Interministerial, liderada pelo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, contando com a presença de 12 secretários de Estado e com a audição dos parceiros sociais.

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