O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, equiparou os esforços para ultrapassar a crise na zona euro à “construção de um barco salva-vidas no meio de uma tempestade”, reconhecendo que a unidade monetária “estava incompleta”.

“Estamos a construir um barco salva-vidas no meio de uma tempestade. Não é uma tarefa fácil”, disse o presidente do Conselho Europeu, nesta quarta-feira, aos cerca de 800 estudantes e professores que enchiam o anfiteatro da Universidade de Economia e Comércio Internacional de Pequim (UIBE), onde inaugurou uma exposição sobre o euro.

Acompanhado pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e pelo governador do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, Van Rompuy afirmou que há dez anos, quando a moeda única foi lançada, os responsáveis europeus “subestimaram” a necessidade de uma “unidade fiscal”.

“É o que estamos a corrigir”, sublinhou, qualificando o pacto fiscal acertado em Janeiro como “o derradeiro capítulo do trabalho dos últimos dois anos para completar a unidade monetária”.

Van Rompuy acrescentou que é necessário “corrigir desequilíbrios fiscais e económicos” dentro da zona euro “para evitar que este tipo de crises volte a acontecer”.

Durão Barroso considerou a União Europeia “uma experiência muito inspiradora para o resto do mundo” e “o mais avançado caso de integração regional jamais realizado”. “O euro é o símbolo mais visível da integração política e económica europeia (...) Não podemos nem queremos correr o risco de falhar”, afirmou o presidente da Comissão Europeia, acrescentando que acredita que “as dificuldades vão ser ultrapassadas”. “Há dificuldades, mas estamos a tratar dessas dificuldades. Não tenho a menor dúvida a esse respeito". Questionado sobre a fonte da sua confiança, afirmou: “Conheço bem o que se está a passar e estou absolutamente convencido que as dificuldades vão ser ultrapassadas”.

Barroso e Van Rompuy reuniram-se na terça-feira com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, na XIV Cimeira anual China-UE, e nesta quarta-feira à tarde vão encontrar-se com o presidente e secretário-geral do Partido Comunista, Hu Jintao, e com o “número dois” do governo, o vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang.