Schulz lamenta "interpretação errada" das suas palavras

O presidente do Parlamento Europeu lamentou hoje o que classificou como uma interpretação errada dos comentários que fez sobre a visita do primeiro-ministro português a Angola, garantindo que não criticou Portugal, mas sim a falta de solidariedade na Europa.

Em declarações à imprensa no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Martin Schulz, afirmou-se “espantado ao ser informado da interpretação” que foi feita em Portugal das suas palavras, e lamentou que estas tenham sido “confundidas” com observações da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a Madeira, das quais disse discordar em absoluto.

“Sempre me senti muito ligado a esse país [Portugal], pelo que lamento muito que tenha havido pessoas que tenham tentado interpretar mal algo que não pode ser mal interpretado, porque eu não critiquei o Governo nem critiquei o país, apenas expliquei que os europeus devem perceber que têm de trabalhar em conjunto”, de modo a que um Estado-membro da União não tenha de se virar para países terceiros em busca de investimentos, afirmou.

Schulz alegou que quando falou em “declínio” se referia à Europa, e não a Portugal, insistindo que foi “verdadeiramente mal interpretado”.

“Falei de uma ameaça que a Europa deve levar a sério. Temos um modelo social baseado na nossa capacidade de cooperar na Europa, e creio que se não formos solidários na Europa, se por exemplo os grandes países na Europa deixarem passar a imagem que deixam cair os mais pequenos, se a Alemanha por exemplo deixar passar a imagem que a Grécia não nos interessa, que Portugal não nos interessa, a Europa enquanto tal tornar-se-á irrelevante e fica ameaçada de declínio”, afirmou Schulz.

O presidente da assembleia garantiu assim que as suas críticas não visavam de forma alguma Portugal, “mas sim a Europa” e a sua mensagem constituiu mesmo “um apelo à solidariedade no seio da Europa”.

O dirigente socialista alemão considerou ainda que “houve uma certa mistura com observações da chanceler da República Federal [alemã] com despesas de fundos estruturais [na Madeira]”, que não partilha “de todo”.

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