Audições do director da RTP e do jornalista Pedro Rosa Mendes aprovadas pelos deputados
O PSD tinha já anunciado há dias que iria propor a audição de Luís Marinho, e ontem à noite o PS apresentou também o pedido para que o jornalista Pedro Rosa Mendes seja ouvido no Parlamento. Não há ainda datas definidas. Há uma semana o jornalista Pedro Rosa Mendes denunciou que a Antena 1 acabara com a sua crónica semanal na rubrica Este Tempo e que lhe fora comunicado que "a administração da casa não tinha gostado da última crónica [a de dia 18 de Janeiro] sobre a RTP e Angola”.
O deputado socialista Manuel Seabra realçou que nos últimos tempos se têm acentuado os casos de alegadas pressões, falando mesmo num “aparente clima de claustrofobia” que envolve a liberdade de opinião e de imprensa.
Entretanto, quando o presidente da comissão de Ética quis saber a tendência de voto sobre as propostas dos dois partidos, a deputada social-democrata Carla Rodrigues defendeu que o PSD prefere que a audição do jornalista Pedro Rosa Mendes aconteça apenas depois de este ter sido ouvido pela ERC. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que já ouviu ontem os responsáveis pela Informação e Programas da RDP assim como o director-geral da RTP, tenciona receber também Pedro Rosa Mendes.
O deputado Manuel Seabra considerou que o PSD estava a levantar dificuldades e lembrou que “o que está em causa é o controlo e as competências do Parlamento, que são distintos dos da ERC”. “Não vamos condicionar a nossa actuação [enquanto Parlamento] ao pronunciamento da ERC”, recusou o deputado socialista veementemente.
Anunciando que o CDS apoia as duas audições, o deputado centrista Raul de Almeida aproveitou para deixar algumas críticas indirectas ao PS, realçando a “atitude pró-activa dos partidos que apoiam o Governo” ao proporem, como fez o PSD e apoiarem, como fez o CDS, audições sobre assuntos pouco convenientes ao executivo. “[A polémica sobre a alegada censura na RDP] é um assunto que nos preocupa muito”, vincou o deputado.
Miguel Relvas e Anacom vão explicar TDTOs deputados aprovaram também a ida do ministro Miguel Relvas e do presidente da Anacom, a pedido do BE, à Comissão de Ética para explicarem "os erros de todo o processo de introdução da Televisão Digital Terrestre em Portugal" e a ser um verdadeiro apagão de televisão para muitas famílias. Se o presidente da Anacom terá uma audição para explicar o assunto, já o ministro Miguel Relvas será questionado sobre o assunto da próxima vez que tiver que ir àquela comissão.
O BE quer justificações para a falta de apoios financeiros e de informação sobre a transição do sinal analógico para a TDT, cuja responsabilidade atribuiu à Anacom, ao Governo e à Portugal Telecom.