Revisão curricular tem sido “muito bem acolhida” garante Nuno Crato
O ministro da Educação e Ciência falava, ao final da tarde, no Conservatório de Música de Coimbra, depois de se reunir com responsáveis da Direcção Regional de Educação do Centro, encontro com o qual terminou “uma volta pelo país”, para ouvir os dirigentes das restantes direcções regionais do MEC sobre a proposta de revisão curricular.
“Não se trata de uma reforma”, mas antes de um “ajustamento curricular”, no sentido do “reforço das disciplinas fundamentais”, como “História, Geografia, Físico-Química e Ciências Naturais”, e da “redução da dispersão”, precisou Nuno Crato.
“Não queremos mais uma grande reforma do ensino, queremos um reajustamento”, através de “mudanças graduais e seguras”, mas “sem grandes alterações”, assegurou.
Embora a proposta governamental esteja a ser “bem acolhida”, o MEC já recebeu “mais de 500 propostas, sobretudo de directores de escolas”, no sentido de proceder a alterações “pontuais”, revelou o ministro, sustentando que este projecto se destina “aos jovens, aos alunos”, para que fiquem “mais bem preparados para enfrentar a vida”.
O ministério vai continuar a receber sugestões até final de Janeiro e o ministro prevê que o projecto final seja apresentado em Março, de modo a “preparar atempadamente” a sua entrada em vigor “no próximo ano lectivo”.
Durante o breve encontro com os jornalistas, Nuno Crato rejeitou a ideia de esta reforma ter como objectivo a redução da despesa, mas, acrescentou, que não se pode ignorar “a situação difícil que o país atravessa”.
Instado pelos jornalistas, o ministro escusou-se a pronunciar-se sobre uma petição, dirigida ao Governo, no sentido de que passem a ser servidos pequenos-almoços nas escolas, argumentando não ser este o assunto ali tratado.
Antes da chegada de Nuno Crato ao Conservatório de Música de Coimbra, várias dezenas de professores concentraram-se perto do local, distribuindo uma “carta aberta ao ministro da Educação e Ciência” do Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).
No documento, são contestadas, designadamente, as políticas adoptadas pelo MEC, que “têm contribuído para fragilizar a Escola Pública, que não têm respeitado os direitos sócio-profissionais dos docentes e investigadores e que se limitam a procurar reduzir gorduras que o Governo teima em fazer de conta que existem, num sector onde não as há”.