Redacção do Charlie Hebdo destruída com bomba incendiária
Falando em "atentado", o ministro francês do Interior, Claude Guéant, avaliou que na investigação a este incidente "não devem ser negligenciadas" as pistas de muçulmanos integristas.
“Já não temos um jornal. Todo o nosso equipamento ficou destruído”, lamentou o director do semanário – um dos jornais que publicou as polémicas caricaturas de Maomé que causaram em 2007 uma vaga de violência no mundo árabe, sendo proibida no Islão qualquer espécie de representação visual do profeta.
Uma testemunha ouvida pela agência noticiosa francesa AFP descreve que foi atirado um cocktail molotov contra uma das janelas do Charlie Hebdo, que incendiou todos os computadores. “Está tudo queimado, não resta nada”, disse.
A edição online do semanário foi igualmente alvo de um ataque informático durante a noite, com a págian de acolhimento a ser substituida por uma fotografia da mesquita de Meca, em plena peregrinação, com as palavras, em inglês e turco "não há outro Deus que não Alá".
O Charlie Hebdo anunciara na véspera em paródia que no número seguinte (o desta semana, hoje nas bancas) o jornal seria chefiado por Maomé para “celebrar” a vitória do partido islamista Ennahda nas eleições legislativas na Tunísia na semana passada. Na capa tem uma caricatura do profeta do Islão e o dito jocoso “100 chicotadas se não morrerem a rir” e o título da publicação como Charia Hebdo, num trocadilho com a palavra islâmica sharia (lei do Islão).
Notícia actualizada às 12h45