Jovens angolanos protestam contra o regime pela sexta vez desde Março

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É uma incógnita saber quantos angolanos subscrevem as palavras de protesto dos jovens Miguel Madeira (arquivo)

Os jovens activistas que têm estado a pedir a deposição do Presidente José Eduardo Santos vão hoje voltar a sair à rua. Uma marcha estava marcada para hoje, às 9h – parte do cemitério da Santa Ana e segue em direcção à Praça da Independência em Luanda – para pedir a libertação dos 18 detidos numa manifestação a 3 de Setembro. É também uma marcha pelo direito à liberdade de expressão e, inspirada na Primavera Árabe, contra os 32 anos de governação de José Eduardo Santos.

É impossível prever o que hoje vai acontecer nas ruas de Luanda. A polícia pode, à última hora, deter os manifestantes e “parar” a marcha. Há um braço-de-ferro sobre o local da manifestação. O Governo Provincial de Luanda (GPL) definiu na semana passada locais específicos – fechados – para manifestações; os manifestantes querem fazer uma marcha. O advogado dos detidos, William Tonet, diz que a ordem do GPL é ilegal.

Difícil de prever ainda é o número de pessoas que vai aparecer no sexto protesto organizado por jovens apartidários, que não têm um nome, não têm líder, não estão centralizados e não se sabe quantos são. Muitos aparecem espontaneamente nos protestos, dizem. Apesar de várias fontes confirmarem que este movimento de contestação ao Governo é cada vez maior, os números de participantes nas manifestações são contraditórios – há quem fale de poucas centenas e há quem refira até um milhar.

Finalmente, é uma incógnita saber quantos angolanos subscrevem as palavras de protesto dos jovens.

Para mais, ver dossier especial no Público de hoje ou edição na Internet para assinantes. Entrevistas a jovens, políticos e analistas angolanos; análise sobre as diferenças e semelhanças com as revoltas árabes; evolução política do regime e Editorial.
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