Jerónimo de Sousa critica quem procura “ajuste de contas” com Jardim

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou hoje para a necessidade de manter o princípio da “coesão nacional” e criticou quem procura um “ajuste de contas” com o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim.

"Tanta declaração que hoje verificámos, da área aliás do próprio PSD, pode levar a pensar que alguns procuram, digamos, conseguir correr a dois carrinhos, um certo ajuste de contas com Jardim, mas, fundamentalmente, um acerto de contas e a factura a ser paga pelo povo da Madeira”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal acusaram hoje a Administração Regional da Madeira de ter omitido informação relativa às suas contas públicas, que consideram “grave” e da qual não têm conhecimento de casos similares.

Num encontro com apoiantes da candidatura da CDU às eleições regionais de 9 de Outubro, no Funchal, o líder do PCP declarou ser “importante” manter os princípios da “coesão e unidade” nacionais.

“Pensamos que seria profundamente errado abrir contenciosos históricos entre os portugueses, seja do continente, seja da Madeira”, acrescentou, recusando que, “à luz de uma estratégia clara, alguns queiram perseguir o ‘jardinismo’ com ou sem Jardim”.

Anunciando que o PCP vai apresentar no início da próxima semana uma iniciativa legislativa para um “apuramento rigoroso de origens, montantes e destinos do endividamento regional”, o responsável garantiu que da parte do partido “esta exigência democrática não será nunca um instrumento para animar animosidades com o povo da região da Madeira, nem trampolim para legitimar outras erradas e mais injustas políticas”.

Nesse sentido, referiu, que na Madeira, como no resto do país, existe desemprego, pobreza, injustiças, trabalhadores que não recebem salário ou empresários que “não conseguem fazer face às dificuldades”.

“É por isso que, com toda a importância que tem esta questão do défice, sendo um problema não pode transformar-se nesta campanha eleitoral no problema da região”, disse ainda Jerónimo de Sousa, para quem a “extensão e profundidade da dívida económica e financeira da região, longe de se circunscrever a um circunstancial abrandamento da economia regional, é consequência directa de erradas políticas de longos anos de governação do PSD”.

O líder do PCP considerou contudo que o “avolumar” da crise económica na Madeira “está também associado a outros factores”, apontando a “diminuição dos apoios financeiros da União Europeia e das verbas do Orçamento do Estado devido à Lei das Finanças Regionais”.

Aos presentes, o secretário-geral do PCP pediu para que participem numa “campanha eleitoral construtiva, com confiança, mas não esqueçam aqueles que mais sofrem”.

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