Comércio de Viana regista quebras de 30 por cento, associação culpa portagens

Os comerciantes de Viana do Castelo registaram quebras na facturação de 30 por cento no segundo trimestre de 2011, indica um estudo realizado pela associação do sector que responsabiliza as portagens pelo cenário de “crise”.

Segundo os dados hoje revelados pela Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), no segundo trimestre de 2011 os comerciantes do concelho “continuaram a reflectir uma quebra média de 30 por cento na facturação”, valor também registado nos primeiros três meses, quando comparado com iguais períodos de 2010.

O estudo aponta que 67 por cento dos comerciantes inquiridos considerou que o volume de facturação “piorou do primeiro para o segundo trimestre”, ao mesmo tempo que, sobre as expectativas de negócios para o terceiro trimestre, 71 por cento “considera que a tendência de quebra deverá manter-se ou mesmo deteriorar-se”. “É um estudo que confirma as piores perspectivas, já demonstradas no trimestre anterior. Temos consciência que há razões conjunturais para isto, nomeadamente a crise a que assistimos, mas há uma grande ajuda para isto dada pelos constrangimentos colocados à região, como as portagens nas SCUT”, explicou à Lusa o presidente da AEVC.

Segundo Luís Ceia, o sector da restauração e hotelaria “está a confirmar” os “piores receios”, com quebras de 50 por cento nos negócios, fruto sobretudo da ausência de turistas espanhóis, que se queixam das dificuldades do sistema de cobrança na antiga SCUT A28. Assume ainda que o cenário de “crise” tem vindo a agravar-se desde a introdução de portagens, em Outubro de 2010.

“Para o terceiro trimestre acredito numa melhoria, por sermos uma região de férias e de regresso a casa de emigrantes. Mesmo assim, estamos bastante apreensivos com este cenário”, admitiu ainda o responsável. Para Luís Ceia, é necessário que as autoridades locais “criem condições para mitigar estes problemas”, nomeadamente os autarcas. “Necessitamos que os autarcas sejam mais sensíveis ainda à captação de novos investimentos e no apoio às empresas. Está na altura da parte empresarial ser um destino prioritário, depois dos investimentos que foram feitos nas vias de comunicação e equipamentos colectivos”, rematou o presidente da AEVC.

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