Fernando Nobre: “Os que pensavam que estava à procura de um tacho enganaram-se”

Foto
Nobre elogiou a “coragem” de Passos Coelho por tê-lo convidado para candidato a presidente da AR Foto: Daniel Rocha

O ex-deputado do PSD Fernando Nobre quebrou o silêncio. Do outro lado do Atlântico, em São Paulo, Brasil, criticou a classe política portuguesa por o olhar como “tolerado, ostracizado, rejeitado”. Pela primeira vez desde que falhou a eleição para presidente da Assembleia da República, a 21 de Junho, Nobre falou, abriu a porta a um regresso à política e deixou um recado a todos os que o criticaram: “Os que pensavam que estava à procura de um tacho enganaram-se.”

A afirmação foi feita pelo presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) numa entrevista ao site Portugal Digital, do Brasil, onde se encontra, uma semana depois de ter anunciado sua a renúncia ao cargo de deputado.

Questionado sobre o seu futuro político, o medico confessa que jamais dirá “jamais”. “Continuarei atento a todos os fenómenos políticos, sociais e económicos; continuarei atento aos desafios que se colocam a Portugal. Quanto à actividade política pública, o futuro a Deus pertence. Hoje, aprendi que não se deve dizer ‘jamais’”, respondeu Nobre, numa entrevista telefónica.

Fernando Nobre elogiou a “coragem” do líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por tê-lo convidado para candidato a presidente da Assembleia, apesar de falhada a eleição. Foi, aliás, o primeiro caso, desde o 25 de Abril, de um deputado que não conseguiu ser eleito presidente do Parlamento, falhando o pleno da bancada que o propôs, o PSD.

“Mas o resultado [da candidatura à presidência da AR] mostrou que os partidos não vêem com bons olhos o surgimento de novos actores”, afirmou.

Para o agora ex-deputado é tempo de acabar com o estigma do independente - “tolerado, ostracizado, rejeitado”. “É tempo de repensar a democracia que queremos, senão corremos o risco de termos a nossa própria democracia em perigo”, disse.

A última pergunta da entrevista foi se iria continuar a ter actividade política activa. A resposta foi. “Vou continuar a acompanhar atentamente tudo o que se passa no meu país e no mundo. O futuro a Deus pertence”, disse.

Sugerir correcção
Comentar