Barroso: Não existem “factos novos” que justifiquem corte de rating português

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Barroso diz que a Comissão ficou “bastante desiludida” com a decisão da Moody’s Ezequiel Scagnetti/Reuters

O presidente da Comissão Europeia lamentou a decisão da Moody’s de cortar o rating de Portugal por não existirem “factos novos” que o justifiquem e incentivou Lisboa a prosseguir as reformas negociadas com a UE e o FMI.

“Lamento a decisão de uma agência de notação de cortar no rating de Portugal”, disse Durão Barroso, já depois de o porta-voz da Comissão, Amadeo Altafaj, ter considerado a decisão como “extremamente infeliz”.

Barroso revelou que a Comissão Europeia ficou “bastante desiludida” com a decisão da Moody’s. “O que me parece importante em Portugal é não deixar o país desmoralizar ou desmotivar com esta decisão e manter a linha definida”, sublinhou.

O presidente da Comissão Europeia recordou que as reformas que estão a ser feitas foram “acordadas” com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) com o “apoio unânime dos países da zona euro”.

“Penso que nós conhecemos melhor Portugal do que algumas agências de notação” e “já vimos no passado que muitas vezes há exageros e há decisões que são tomadas que não são depois confirmadas pela evolução”, disse.

A agência de notação financeira Moody’s cortou terça-feira em quatro níveis o rating de Portugal de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de “lixo”.

Por um lado, a Moody’s argumenta que existe o risco crescente de Portugal precisar de um segundo pacote de empréstimos internacionais antes de conseguir regressar aos mercados no segundo semestre de 2013.

Refere também que existe uma “possibilidade crescente de a participação dos investidores privados ser imposta como pré-condição” para esse segundo resgate, à semelhança do que está a ser estudado no âmbito de um segundo pacote de ajuda à Grécia.

Um terceiro argumento utilizado pela Moody’s prende-se com o agravamento dos receios de que Portugal não seja capaz de cumprir a totalidade das metas de redução do défice e da dívida acordadas com a UE e com o FMI, no âmbito do empréstimo de 78 mil milhões de euros.

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