Assis quer candidato socialista a primeiro-ministro escolhido em primárias abertas à sociedade

O candidato à liderança dos socialistas Francisco Assis quer que o PS seja o primeiro partido em Portugal a escolher os candidatos a primeiro-ministro, deputados e autarcas em eleições primárias abertas à sociedade.

Francisco Assis referiu que este ponto de “ruptura na orgânica de funcionamento dos partidos” faz parte da sua moção de estratégia para as eleições directas no PS, que se realizam a 22 e 23 de Julho.

Na sua moção de estratégia, que será entregue formalmente quarta-feira, Francisco Assis propõe que os socialistas portugueses tenham como paradigma de escolha de candidatos o modelo norte-americano, sobretudo o dos Democratas.

Nas eleições primárias norte-americanas, todos os cidadãos, independentemente de estarem ou não filiados, podem registar-se em cada Estado para participar na escolha dos candidatos do seu partido de simpatia, incluindo a do candidato a presidente dos Estados Unidos.

Em Portugal, a escolha de candidatos dos partidos a cargos locais ou nacionais é feita pelos órgãos partidários, que por sua vez são eleitos por militantes.

No caso do PS e do PSD, os militantes escolhem por voto directo os líderes do partido e os dirigentes distritais, sendo os restantes órgãos eleitos por delegados em congresso.

Francisco Assis propõe agora que haja primárias abertas à sociedade na escolha dos candidatos do PS a primeiro-ministro, deputados e presidentes de câmara, entre outros cargos.

“Quero criar um sistema que enfraqueça ao máximo os sindicatos de voto, que são uma doença em todos os partidos”, justificou o candidato à liderança do PS.

Interrogado se propor este sistema não lhe poderá retirar votos entre os militantes socialistas, uma vez que pretende retirar-lhes poder de influência, Assis respondeu que “quem quer ser secretário-geral tem de dizer o que pensa”.

Acentuou ainda que não quer “ganhar as eleições no PS a qualquer preço”, porque diz querer “uma mudança real”.

Outro ponto da moção que Francisco Assis entrega quarta-feira relaciona-se com a ideia de “políticas públicas activas com respeito pela lógica de funcionamento do mercado” – ponto que o candidato socialista considera “decisivo para a reconquista da confiança das classes médias”.

Em sectores como saúde, educação, segurança social e ciência, as políticas públicas são considerada “essenciais, mas não concorrentes do mercado”, nessas mesmas áreas.

A moção de estratégia de Francisco Assis teve entre os principais colaboradores Rui Pena Pires, sociólogo, João Galamba, deputado, Filipe Nunes, ex-chefe de gabinete de ex-ministro da Defesa, Augusto Santos Silva) e Manuel Pizarro, ex-secretário de Estado da Saúde.

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