Grécia pode colocar economia dos EUA numa nova recessão, alerta Alan Greenspan

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Kevin Lamarque/Reuters

“O problema que temos é que é extremamente improvável que o sistema político irá funcionar” de forma a resolver a crise na Grécia, considera o antigo responsável da Fed, actualmente com 85 anos, numa entrevista citada pela Bloomberg.

Os juros da dívida pública grega dispararam hoje acima dos 30 por cento, pela primeira vez na história do país, com o nervosismo a crescer nos mercados face às dificuldades do primeiro-ministro George Papandreou em conseguir apoios para um novo plano de austeridade.

O descontentamento social tomou esta semana conta das ruas de Atenas, onde mais de 20.000 pessoas se manifestaram na última quarta-feira e houve confrontos com a polícia frente ao parlamento.

O novo plano de medidas, que teria de ser aprovado até ao final deste mês, corre neste momento o risco de não ter o número necessário de deputados para passar no parlamento. No próprio partido do Governo, o Pasok, já houve pelo menos duas demissões de deputados que rejeitam o projecto em cima da mesa.

As probabilidades de que a Grécia entre em incumprimento “são tão altas que quase podemos dizer que não existe saída”, alertou Greenspan, que liderou a Reserva Federal durante quase 20 anos, entre 1987 e 2006. A acontecer, isso pode deixar alguns bancos norte-americanos “contra a parede”.

Para já, a Grécia parece ser o risco mais sério para a economia norte-americana, acrescentou, uma vez que sem esse problema é “muito baixa a hipótese” de uma recessão nos EUA.

No entanto, Greenspan também admite que a dívida dos EUA está a ficar “terrivelmente perigosa” e que será muito improvável que as autoridades norte-americanas tenham ainda um ou dois anos para resolverem a questão.

A recuperação da economia norte-americana tem sido afectada pelas incertezas dos empresários quanto ao futuro a longo prazo, enquanto a taxa de desemprego se mantém acima dos nove por cento, lembra a Bloomberg.

Os novos dados económicos divulgados hoje mostram no entanto que a confiança na economia está a crescer.

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