Próximo Governo não fica limitado pelo acordo com a troika, diz Cavaco

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Cavaco apelou ao voto "num tempo de sacrifícios" Rui Gaudêncio

Numa mensagem ao país sobre as eleições legislativas deste domingo, o Presidente da República frisou que a acção do próximo Governo não está limitada a cumprir o programa de ajustamento financeiro acordado com a União Europeia e o FMI. E voltou a apelar ao voto, dizendo que, quem se abstiver, perderá legitimidade de criticar o executivo.

“Ao contrário do que por vezes se diz”, a actuação do executivo que resultar das legislativas não vai ter a sua acção “limitada ao cumprimento do memorando de entendimento que foi acordado com as instituições internacionais”, defendeu Cavaco Silva, num discurso transmitido na RTP.

Cavaco disse que o Governo que resultar das eleições – e que “irá ter a responsabilidade de governar Portugal nos próximos quatro anos” – terá “a responsabilidade de honrar os compromissos assumidos” no quadro do empréstimo de 78 mil milhões de euros com as instituições internacionais.

Compromissos de “grande exigência”, lembrou, mas que não limitarão a actuação do Governo àquilo que consta no acordo, sublinhou. O próximo executivo “terá muito mais para decidir e fazer, de modo a garantir a justiça social, o crescimento da economia e o combate ao desemprego”, disse.

Como já fizera de manhã numa mensagem publicada no Facebook, Cavaco voltou a apelar ao voto dos portugueses “num tempo de sacrifícios e de grandes interrogações”. E disse mesmo que, quem abdicar de votar, não terá “depois autoridade para criticar as políticas públicas. Só quem vota poderá legitimamente exigir o melhor do próximo governo”.

“Seria incompreensível que, no momento crítico que o país atravessa, os cidadãos se abstivessem de votar e deixassem aos outros uma escolha que é essencial para todos”, reforçou.

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