Moody’s ameaça cortar rating dos EUA
Num comunicado hoje divulgado, a Moody’s repete o aviso que tem vindo a ser feito nos últimos meses pelas agências de rating: os EUA poderão sofrer um corte no rating devido à falta de acordo político para proceder a uma redução do défice sustentada e, no curto prazo, para aumentar o limite legal de endividamento.
“Se não houver progresso quanto a aumentar o limite legal da dívida nas próximas semanas, colocaremos o rating dos EUA sob revisão para possível corte, devido a um risco diminuto, mas ainda assim crescente, de default”, afirma a Moody’s. Contudo, se o limite legal for aumentado até meados de Julho, a notação dos EUA manter-se-á no nível máximo – Aaa.
No médio e longo prazo, a agência não garante, no entanto, que os EUA consigam manter este rating, visto que isso dependerá do resultado das negociações políticas para a redução do défice. De acordo com a Moody’s, “uma acordo credível para um corte substancial do défice iria suportar a manutenção de um outlook [perspectiva] estável”, ou seja, sem riscos de uma revisão em baixa do rating.
Mas, se isso não acontecer, a Moody’s poderá rever o outlook da dívida americana para negativo, o que indicia a possibilidade de cortes no médio prazo. Para a agência, este é o cenário mais provável, dadas as dificuldades que o partido republicano e democrata estão a ter em chegar a um acordo.
Os EUA atingiram o limite legal da dívida – de 14,29 mil milhões de dólares – a 16 de Maio e, desde então, o Governo tem tentado conseguir o apoio da oposição para aumentar esse tecto máximo, algo que já aconteceu várias vezes na história do país.
Hoje, a Moody’s ameaçou também cortar os ratings de três bancos norte-americanos: o Citigroup, o Bank of America e o Wells Fargo.