Escola Pedro Santarém é nova, mas inunda quando chove, critica a associação de pais

Os edifícios do agrupamento de escolas Pedro Santarém, em Lisboa, são novos mas inundam quando chove com mais intensidade, alertou hoje a associação de pais, que exige que o problema seja resolvido.

“Como é que é possível uma escola novinha em folha ser concebida com tantos e graves problemas?” - questiona Rui Oliveira, da associação de pais da Escola Pedro Santarém.

Com um ensino que vai desde o jardim-de-infância até ao segundo ciclo e com mais de mil alunos, aquele agrupamento começou a ser reconstruído há cerca de dois anos e já está na fase final das obras.

No entanto, quando caiu o granizo em Lisboa e quando choveu na noite de segunda-feira passada, alguns edifícios inundaram.

“Na segunda-feira, largas centenas de alunos não tiveram aulas porque as salas do rés-do-chão de cada um dos edifícios ficou alagada. Quando os alunos chegaram tinham uma espécie de pasta de lama nos corredores, dentro das salas de aula, no ginásio e nos auditórios”, explicou Rui Oliveira.

A associação de pais já manifestou a sua preocupação junto da direcção da escola, que “revelou a sua impotência e frustração com o que vem acontecendo, já que tem contactado o Parque Escolar e a DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa) no sentido de resolver essas questões mas, até ao momento, nada aconteceu”, disse.

Afirmando que o problema está no “mau arquitecto” que projectou a obra, Rui Oliveira lamentou que “milhões de euros tenham sido mal investidos”.

Segundo a associação de pais, o terreno onde se situa a escola tem dois níveis, com uma altura superior a cinco metros.

“Por não haver um adequado escoamento de águas, seja por ausência de sarjetas, como de desnivelamento dos terrenos e escoamento de águas pluviais, estas correm em cascata pela escada que liga os dois níveis de terrenos na escola, provocando imediatamente o alagamento dos pisos zero de todos os blocos situados no nível inferior”, afirma.

A associação aponta ainda outros problemas como o bloco B ter sido construído “sem um único ponto de água”, as portas das salas de aula abrirem para dentro e não para fora e o jardim-de-infância não ter o seu próprio refeitório.

Contactado pela Lusa, o director do agrupamento de escolas Pedro Santarém disse estar “muito preocupado” com a situação e esperançado que a Parque Escolar a resolva rapidamente.

Questionado sobre a origem dos problemas, Luís Rodrigues disse que foram “erros de concepção que provocaram alguns danos com alguma gravidade”.

Adiantando que a obra de reconstrução da escola custou cerca de 16 milhões de euros, o director realçou que as caleiras novas colocadas no edifício principal - o último a ser reconstruído - não aguentaram o peso do granizo e abateram.

“A obra já estaria concluída se não fosse esse incidente. Agora estão a colocar caleiras novas”, afirmou.

Contactada pela Lusa, a Parque Escolar realçou que "ainda não deu por concluída a intervenção de requalificação na Escola Secundária de Pedro de Santarém".

"Trata-se de um estabelecimento de ensino ainda em fase de obra", indica numa nota enviada à Lusa.

A Parque Escolar disse ainda que o "alagamento" verificou-se "em condições de pluviosidade atípicas", mas afirma que já identificou "a necessidade de ajustamentos ao sistema de drenagem para um melhor escoamento". A Parque Escolar remeteu outros esclarecimentos para mais tarde.

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