Primeiro voo charter a chegar a Beja veio com 49 passageiros mas só 4 eram turistas

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O futuro das operações civis no aeroporto de Beja é uma incógnita Foto: Rui Gaudêncio

Com um avanço de quatro minutos em relação à hora prevista, o birreactor Embraer 145 da companhia aérea British Midland International (BMI) estacionou ontem no terminal do aeroporto de Beja, com 49 passageiros (a sua capacidade máxima), dando assim início a uma série de 22 voos semanais provenientes de Londres.

Embora a capacidade do aparelho estivesse esgotada com os 49 passageiros oriundos do aeroporto de Heathrow, este primeiro voo foi feito com apenas quatro turistas a bordo. Os restantes 45 lugares vinham ocupados com seis jornalistas, 19 agentes de viagens, quadros do operador turístico Sunvil Discovery, que assegura a ligação, e representantes do Turismo de Portugal em Londres.

O primeiro voo charter na história do mais novo aeroporto português não precisou do aparato policial que marcou o primeiro voo comercial saído de Beja, efectuado no passado dia 13 de Abril para Cabo Verde e promovido pela Câmara de Ferreira do Alentejo. Desta vez observou-se uma maior discrição na presença dos agentes da PSP e dos elementos da GNR, assim como na presença de figuras públicas e da população.

No rescaldo desta primeira viagem, os responsáveis da Sunvil Discovery mostravam-se ontem preocupados com a escassa oferta de alojamento da região. "A costa alentejana precisa de mais camas", disse Noel Josephides, um dos directores da empresa. Também o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), Vítor Silva, entende que são necessários "mais alojamentos e mais camas" para poder corresponder à procura turística adicional, que venha a surgir com a entrada em funcionamento do Aeroporto de Beja.

Alan Dann, um dos quatro turistas que inaugurou o serviço, ficou encantado com a calma que encontrou. "Isto é muito sossegado", observou o cidadão londrino, referindo que de Portugal só conhecia o Algarve.

O presidente da ARPTA apontou o litoral alentejano, mas sobretudo Tróia, como uma das zonas que pode vir a dinamizar o turismo no Alentejo. Quanto à zona de Alqueva, os 11 Projectos de Interesse Nacional (PIN) que, no total, para ali deveriam trazer 22.500 camas turísticas, acrescidas de outras tantas para diversos pontos da região, estão quase todos suspensos e deixou de se falar deles.

O voo de ontem foi organizado pelo operador britânico Sunvil Discovery, pela ANA-Aeroportos de Portugal e pela ARPTA. Os 45 convidados desfrutaram durante o dia de um curto programa para conhecerem os principais monumentos das cidades de Évora e Beja, bem como a gastronomia e os vinhos da região alentejana.

Até 22 de Outubro, de e para Heathrow (Londres) vão realizar-se 22 voos aos domingos. O operador está a vender pacotes de sete noites no Alentejo por preços que variam entre as 420 libras (474 euros) e as 802 libras (907 euros) por pessoa. Concluída a primeira visita, os 45 passageiros da comitiva regressaram a Londres às 17h00 para chegar às 19h55 ao aeroporto de Heathrow.

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