Comissão Europeia alerta para consequências da saída do gestor da Guimarães 2012

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O presidente da câmara vai passar a acompanhar a CEC mais de perto Paulo Ricca

Estabilidade do projecto é essencial, alerta representação daquele órgão europeu. Presidente da câmara reconhece fragilidade na estrutura.

A demissão do gestor de projecto da Guimarães 2012 foi recebida com preocupação pela Comissão Europeia. Os representantes em Portugal daquele órgão alertam para as consequências que a saída de Carlos Martins podem representar para o evento. O presidente da Câmara de Guimarães, António Magalhães, também se mostrou preocupado com a decisão e admite fragilidades na estrutura da Fundação Cidade de Guimarães (FCG).

A representação da Comissão Europeia em Portugal emitiu ontem um comunicado onde salienta a necessidade de solidez nas equipas de coordenação de projectos deste tipo. "A experiência mostra que a estabilidade na gestão da Capital Europeia da Cultura (CEC) é uma das chaves para o sucesso", alerta a Comissão, em reacção à saída do até aqui director da Guimarães 2012.

"Uma boa preparação é um elemento fundamental para o sucesso da CEC", salientam os responsáveis do órgão europeu, para quem, "se for bem gerida, essa designação pode trazer enormes benefícios culturais, sociais e económicos, para as cidades e suas regiões, bem como para todo o país". Ainda assim, a Comissão Europeia diz estar "confiante" que a FCG vai tomar as medidas adequadas para garantir "continuidade da qualidade dos seus preparativos".

A demissão de Carlos Martins foi também comentada ontem pelo presidente da Câmara de Guimarães, António Magalhães. O autarca considera que a saída de um responsável a quase seis meses do início da Capital da Cultura é "motivo de alguma apreensão". "Carlos Martins foi fundamental na candidatura e no trabalho que se fez até aqui. Naquilo que foi o trabalho com a câmara, ninguém lhe tira o mérito", elogiou.

Para Magalhães, a fundação não conhece bem Guimarães e esse facto está a dificultar a implantação do projecto. "Admito que a FCG tenha algumas fragilidades no conhecimento do terreno que eu não tenho", afirma, garantindo que vai passar a ter um papel mais activo para evitar mais problemas na preparação da CEC. "Tenho vindo a acompanhar de uma forma lateral este projecto de uma forma global, mas, a partir de agora, entendo que é preciso assumir a responsabilidade e de me envolver um pouco mais", assume o presidente da câmara.

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