Fundador da Blackwater vai formar exército de mercenários nos Emirados Árabes Unidos

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Erik Prince recebeu 592 milhões de dólares do Governo dos Emirados Larry Downing/Reuters

Erik Prince, o fundador da Blackwater Worldwide (uma empresa militar privada americana), recebeu 592 milhões de dólares (419 milhões de euros) do Governo dos Emirados Árabes Unidos para construir um exército mercenário, divulgou o diário "The New York Times".

Erik Prince, o fundador da Blackwater Worldwide (uma empresa militar privada americana), recebeu 592 milhões de dólares (419 milhões de euros) do Governo dos Emirados Árabes Unidos para construir um exército mercenário, divulgou o diário "The New York Times".

A criação e treino desta força foi já, entretanto, confirmada pelas autoridades dos EAU, precisando que a mesma visa “fornecer apoio operacional, de treino e planeamento” ao exército do país, consensualmente considerado inadequado.

As autoridades de Abu Dahbi explicam, numa declaração divulgada através da agência noticiosa oficial do país, que os Emirados Árabes Unidos dependem “extensivamente de contratos com estrangeiros para reforçar as [suas] capacidades militares” e que todo o trabalho desenvolvido com estas empresas estrangeiras “cumpre a lei internacional e todas as convenções relevantes”.

O jornal citava na sua edição de ontem ex-empregados da Blackwater, responsáveis da Administração americana e documentos secretos que referem a constituição de uma força militar formada por 800 estrangeiros (colombianos e sul-africanos, entre outros) que está a ser treinada por ex-soldados americanos e veteranos de unidades de operações especiais da Alemanha, França e Reino Unido.

No comunicado divulgado ainda ontem à noite, o general Juma Ali Khala al-Hamiri, confirmou que os Emirados Árabes Unidos assinaram um contrato com a nova empresa de Prince, mas não faz qualquer menção às centenas de colombianos, sul-africanos e mercenários oriundos de outros países que o "NYT" garantia estarem já a treinar na Cidade Militar de Zayed, num campo cercado de muros altos e arame farpado no meio do deserto, a uns 30 quilómetros de Abu Dhabi – depois de terem entrado no país oficialmente com o estatuto de trabalhadores do sector da construção.

Esta força, escreve o "NYT", deverá realizar operações especiais dentro e fora do país, defender oleodutos petrolíferos e arranha-céus de ataques terroristas e travar revoltas internas – eventuais protestos da vasta população de trabalhadores imigrantes ou manifestações pró-democracia semelhantes às que estão a varrer vários países árabes.

Peritos norte-americanos e alguns membros da Administração dos Estados Unidos sugeriram ao “NYT” que algumas das pessoas integradas neste batalhão de mercenários podem estar a violar leis federais norte-americanas, as quais proíbem expressamente os cidadãos do país de treinar tropas estrangeiras sem uma licença emitida pelo Departamento de Segurança.

Em 2010, Erik Prince vendeu a Blackwater, visada então em vários processos legais relacionados com a sua actuação no Iraque. A sua nova empresa chama-se Reflex Responses.

Notícia actualizada a 16.05.2011 às 10h31
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