“Não pagamos!”, defende PCTP/MRPP

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Garcia Pereira criticou as privatizações Manuel Roberto/arquivo

“Há apenas uma candidatura que se atreve a dizer bem alto aquilo que é conforme aos interesses do povo português. Não pagamos! O povo português não deve pagar uma dívida que não foi contraída por ele nem em seu benefício”, afirmou António Garcia Pereira, cabeça de lista por Lisboa, na inauguração da sede de campanha do partido na capital, perante cerca de 50 apoiantes, na avenida do Brasil.

O dirigente do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizador do Partido do Proletariado criticou vários aspectos do acordo assumido entre o Governo socialista, PSD, CDS-PP e as entidades internacionais, nomeadamente os “cerca de 12 mil milhões de euros que vão directamente para a Banca” e os “30 mil milhões de euros só para juros”.

“Assistimos a uma verdadeira fraude. Estas eleições foram convocadas para que os cidadãos portugueses definissem as soluções consideradas adequadas para resolver os problemas do défice e da dívida, mas há uma campanha de intoxicação para convencer de que apenas têm a escolher entre PS e PSD. Este acordo da “troika” é uma verdadeira declaração de guerra”, continuou.

Garcia Pereira destacou ainda outras medidas previstas, as quais vão, na sua opinião, fazer “recuar os Portugueses até aos piores tempos de Salazar, pior do que em 24 de Abril de 1974”.

“Esta fase de pré-campanha tem-se comprovado ser um autêntico deserto de ideias, com os debates discriminatórios, só com os cinco partidos do Parlamento, a serem ocupados com trocas de galhardetes”, disse, criticando algumas manobras de diversão de vários candidatos nos confrontos televisivos.

O dirigente do PCTP/MRPP chamou ainda a atenção para a previsível deterioração das condições de assistência aos desempregados e a maior facilidade para despedimentos sem justa causa.

Garcia Pereira criticou ainda o futuro cenário de privatizações de empresas e sectores “vitais” no “já depauperado aparelho produtivo”, exemplificando com o caso da transportadora aérea TAP, e defendeu a exploração do Mar e dos portos, assim como uma aposta no transporte ferroviário, como soluções.

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