Amado pede ponto de equilíbrio entre combate eleitoral e negociação

Foto
Amado entende que criar agora crise política foi um “disparate” Foto: Daniel Rocha/Arquivo

Luís Amado diz que este é o momento de “todos assumirem as suas responsabilidades” pela crise em que o país vive e entende que José Sócrates assumiu as suas no discurso que fez na sexta-feira à noite no congresso do PS.

O ministro dos Negócios Estrangeiros recorda que o congresso socialista não era para ter características pré-eleitorais e que, por isso, José Sócrates fez também um discurso de “mobilização do partido e dos portugueses para os objectivos do PS”.

Num momento em que há vários apelos na sociedade para que existam entendimentos entre os partidos para vencer a crise o congresso do PS tem sido marcado por ataques cerrados ao PSD. Amado diz que “há momentos para combater e há momentos para dialogar e negociar”.

“Uma campanha eleitoral, ou uma situação de tensão pré-eleitoral é sempre um momento de afirmação de diferenças, de combate simbólico, porque essa é a natureza da vida democrática”, justificou aos jornalistas.

Amado acrescenta que “o disparate foi criar uma crise política quando havia importantíssimas negociações em curso”.

“A partir do momento em que esse disparate foi cometido, temos de encontrar um ponto de equilíbrio entre o esforço de afirmação das ideias, das diferenças que motivem o eleitorado, e encontrar coesão necessária para dialogar e negociar, designadamente com as instituições europeias, as condições de um acordo absolutamente vital para que o país possa rapidamente recuperar da situação em que caiu”, afirmou.

Questionado sobre o papel que cabe ao Presidente da República, Amado diz que Cavaco Silva “tem um papel importante”. “O Presidente da República tem um papel determinante no sistema político português. Não tenho dúvidas que o senhor Presidente da República exercerá esses poderes, em função da interpretação que faz deles próprios, e actuará com um sentido de responsabilidade que todos os actores políticos devem assumir numa fase tão crítica como aquela que o país vive”, concluiu.

Sugerir correcção
Comentar