Certificados do Tesouro com juro de 7,1 por cento

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Os Certificados do Tesouro (CT), a subscrever em Março, vão render 7,1 por cento brutos, se a aplicação for mantida por 10 anos.

Trata-se do juro mais alto desde a criação dos CT, em Julho do ano passado, e o valor prometido aos particulares é mesmo o mais alto que o Estado está a pagar para se fi nanciar. O recorde anterior, para as aplicações a realizar em Fevereiro, era de 6,65 por cento (brutos).

As últimas emissões de Obrigações do Tesouro a 10 anos, destinadas a investidores institucionais, têm sido feitas a uma taxa de juro inferior aos sete por cento. Mas este recorde pode ser ultrapassado em futuras emissões de dívida pública. Isto porque o valor agora definido para os CT resulta exactamente da forte subida das taxas de juro das obrigações a 10 anos, que estão novamente em forte alta, acima dos 7,5 por cento, o que vai influenciar, se não se corrigirem substancialmente, as próximas emissões de dívida do Estado para esse prazo.

Pelas piores razões para o país, o rendimento dos CT é superior a qualquer depósito bancário ou produto financeiro sem risco. O inconveniente é a imobilização durante 10 anos, a única forma de garantir a taxa máxima. A aplicação em CT pode ser feita por prazos mais curtos, a que correspondem taxas de juro mais baixas, mas ainda assim as mais altas de sempre para este produto.

De acordo com informação divulgada ontem pelo ICGP, o instituto que gere a dívida pública, a taxa a aplicar anualmente aos CT, do primeiro ao quarto ano, é de 1,7 por cento (brutos). Ao quinto ano, paga 6,8 por cento, e é actualizado o diferencial face aos anos anteriores. Até ao décimo ano é pago anualmente a 6,8 por cento (taxa bruta) e ao décimo ano é feito o acerto pela taxa bruta de 7,1 por cento. O recorde anterior, para as aplicações a realizar em Fevereiro, era de 6,65 por cento (brutos).

A aplicação de mil euros a 10 anos, a realizar em Março, garante um rendimento líquido de 557,35 euros no final do prazo. A aplicação por cinco anos rende 213,52 euros líquidos. Os juros são pagos anualmente, não havendo lugar a capitalização, como acontece nos “velhos” Certificados de Aforro, que, actualmente, apresentam uma rentabilidade muito reduzida

Os Certificados do Tesouro, comercializados pelos CTT, com um limite mínimo de mil euros, já atraíram 781 milhões de euros (dados de Janeiro). O produto obriga a uma imobilização de seis meses, que já passaram no caso das primeiras subscrições. Por isso há aforradores a fazerem resgates para aplicarem a taxas mais elevadas.

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