Leilão de dívida pública teve grande procura e juros a dez anos em baixa ligeira

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Teixeira dos Santos Nuno Ferreira Santos/arquivo

Portugal conseguiu colocar a totalidade da dívida que leiloou hoje, tendo no caso das obrigações a dez anos os juros descido ligeiramente, para 6,716 por cento, mas subido 33,5 por cento para o prazo de quatro anos.

O Estado pretendia colocar 750 milhões a 1250 milhões de euros no leilão de duas linhas de Obrigações do Tesouro, tendo colocado 1249 milhões. A procura para o total das duas linhas foi de 3600 milhões de euros, o que representa 2,88 vezes a oferta. Esta procura foi superior à das últimas emissões.

Foram colocados 599 milhões de euros na emissão a dez anos, a uma taxa média de 6,716 por cento, quando na última emissão semelhante (também numa operação com duas linhas em simultâneo), a 10 de Novembro, a taxa fora de 6,806 por cento.

Na linha a quatro anos, foram colocados 650 milhões de euros, com uma taxa média ponderada de 5,396 por cento, com os juros a subirem 33,5 por cento face à emissão mais recente com a mesma maturidade. A 27 de Novembro, nem leilão de obrigações com o mesmo prazo conjunto com outro a oito anos, a taxa média tinha sido de 4,041 por cento.

Esta emissão pode ser encarada como tendo vários aspectos positivos, dado o contexto de geral dos juros da dívida pública nos mercados secundários desde Outubro, mas tem também o lado negativo do incremento substancial dos juros pagos a quatro anos.

Como aspectos positivos, o gestor do Mercado de Dívida do Banco Carregosa, Filipe Silva, destaca que Portugal “conseguiu emitir dívida” e “conseguiu colocar quase a totalidade dos montantes pretendidos”. Além disso, a “procura foi muito boa” e “foi surpreendente o facto de a taxa a dez anos ter sido mais baixa do que na última emissão comparável de OT, em 2010”.

No início do ano passado, não houve emissões de Obrigações portuguesas a dez anos. A 13 de Janeiro, houve uma emissão a treze anos que pagou um juro médio de 4,416 por cento. Em 14 de Abril, quando a crises grega se fazia sentir em força mas as nossas taxas ainda não o reflectiam plenamente, houve uma emissão a dez anos que pagou 4,340 por cento.

Notícia actualizada às 11h50
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