Governo garante que “fará tudo para contrariar riscos” identificados pela Moody’s

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Miguel Manso

“Reitera-se que tudo se fará no sentido de contrariar os riscos que estão na base do anúncio da análise por parte da agência Moody’s e isso reflectir-se-á, confiamos, na decisão resultante dessa análise durante o primeiro trimestre de 2011”, disse à agência Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças.

A mesma fonte realçou que “o processo de análise da Moody’s surge num momento em que o país tem o seu Orçamento para 2011 aprovado e as medidas de consolidação e controlo orçamental reforçadas, num momento em que se anunciam medidas importantes para reforçar a competitividade da economia e num momento em que as políticas orçamentais correctivas começam a mostrar os seus resultados”.

E acrescentou: “O sistema bancário português, como tem sido reiterado por todas as instituições internacionais, é sólido e resiliente e, por isso, continua a enfrentar com segurança as dificuldades de acesso à liquidez que resultam da crise de dívida soberana que tem ameaçado a estabilidade financeira da zona euro”.

O ministério tutelado por Teixeira dos Santos sublinhou ainda que “serão realizados novos e mais exigentes testes de stress no início de 2011, em relação aos quais o Governo mantém a máxima confiança na capacidade dos bancos portugueses apresentarem, como até agora, os níveis de capital adequados aos riscos que enfrentam”.

As Finanças salientaram ainda à Lusa que “a estabilidade financeira da zona euro será, entretanto, reforçada, através do esforço conjunto das instituições europeias e dos Estados-membros” e que “Portugal continuará a contribuir, de forma pró activa, para esse esforço”.

A agência de notação financeira Moody’s anunciou hoje ter posto em revisão o ‘rating’ da dívida de Portugal, com vista a um possível corte de um ou dois níveis.

Portugal tem actualmente um ‘rating’ de A1, sendo que caso de materialize o corte mais agressivo, Portugal passará a ter uma avaliação de A3, refere a Moody’s em comunicado.

São três as preocupações que levaram a agência de notação financeira a ameaçar cortar o ‘rating’ da República portuguesa: vitalidade da economia, a capacidade de acesso aos mercados financeiros e a possível necessidade de apoio ao sector financeiro.