António Pires de Lima quer aumentar apoios e associados

A associação Empresários pela Inclusão Social (EPIS) precisa de angariar apoios e recuperar alguns associados, que perdeu nos últimos anos, diz António Pires de Lima, presidente da comissão executiva da Unicer que é também o novo presidente da direcção da EPIS.

A associação, que já teve cerca de uma centena de associados - grandes empresas nacionais e multinacionais -, precisa também de chegar às pequenas e médias empresas (PME), para que estas possam apoiar as escolas da sua região.

"O apoio não é só dar dinheiro mas ajudar a gerir a escola, dar aulas, fazer voluntariado, etc. É mais interessante do que só passar um cheque", considera Pires de Lima, que gostaria que no país existissem 100 a 200 empresas com essa disponibilidade.

Actualmente, um quarto dos associados deixaram de pagar as quotas - "que não são baixas", reconhece, rondam os 20 mil euros anuais. "Admito que a crise que estamos a viver faça com que as empresas sejam selectivas nas escolhas [o que financiar em termos de responsabilidade social], mas na EPIS acreditamos que vamos recuperar a base de associados e fazê-la crescer", diz, optimista. "Há muitos empresários que estão disponíveis para colaborar com um trabalho que tenha visibilidade e que produza resultados", reforça.

A EPIS tem centrado a sua acção no combate ao insucesso e ao abandono escolar, sobretudo no 3.º ciclo. Mas a associação não quer substituir-se ao Ministério da Educação. "Gostaríamos que as nossas metodologias fossem adoptadas pelo ministério, pelas autarquias e pelas escolas. A EPIS não é um substituto de nenhuma [dessas entidades], somos um laboratório que testa metodologias, chegamos a conclusões e outros podem usá-las", explica Pires de Lima.

Por isso, a associação quer lançar "uma série" de iniciativas para o 2.º e 3.º ciclos que envolvam o ensino superior e as empresas. "A escola e o sucesso escolar são apenas um meio para as pessoas realizarem a sua vocação. O contacto dos alunos com o mundo profissional e universitário permite-lhes conhecer o mundo real", acredita o empresário.

A EPIS foi criada em 2006, a partir de um repto do Presidente da República, que convidou os portugueses para "um compromisso para a inclusão social". A nova direcção já se reuniu com o chefe de Estado e Pires de Lima congratula-se por as relações com o Governo "serem boas". "É muito importante a articulação com os poderes públicos para se ser eficaz", diz.

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