Uma personalidade pouco consensual

É um profissional da intelligence. Diz quem o conhece que tem ambições. Talvez por isso, o seu nome entrou tantas vezes no lote dos potenciais candidato à sucessão de Júlio Pereira como secretário-geral do Sistema de Informações da República (SIRP). Jorge Silva Carvalho, 44 anos, director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) - a CIA portuguesa - abandonou ontem o cargo. Com algum estrondo e surpresa.

Polémico, tomou decisões que causaram alguma turbulência interna, como a reestruturação da rede de "estações" no estrangeiro, e que tiveram expressão com notícias sobre o mal-estar no serviço de informações externo.

Nascido em Moçambique, Silva Carvalho é licenciado em Direito, mas fez uma carreira ligada aos serviços de informação. Entrou para o Serviço de Informações e Segurança (SIS) em 1991 e frequentou o curso geral de informações. Inicialmente, foi colocado no serviço de operações e pesquisa e foi chefe da divisão de vigilância. É autor de manuais de vigilância. Mais tarde, em 1996, foi colocado no Departamento de Contraespionagem e exerceu funções de analista na área da Europa e países de Leste. Percebe-se porquê: fala fluentemente o russo, que aprendeu nos anos 90, já após o fim da União Soviética.

Depois, no final da década, foi escolhido para director do Departamento de Relações Exteriores - e foi essa experiência que o levou a conhecer os responsáveis pelos serviços estrangeiros. Útil quando chegou a director do SIED, em Abril de 2008, rompendo uma tradição de directores da carreira diplomática.

Antes, conheceu Júlio Pereira, de quem foi chefe de gabinete, antes de ascender a director da "secreta" externa.

Em várias reportagens, o seu nome aparece associado à maçonaria e à Grande Loja Legal de Portugal (GLLP).

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