Jerónimo de Sousa defende alterações na política agrícola e florestal para evitar fogos

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Jerónimo de Sousa Foto: Gonçalo Santos

Jerónimo de Sousa visitou hoje áreas ardidas na Serra da Estrela, no concelho de Gouveia, e reuniu com a presidência da Câmara Municipal, onde se inteirou dos prejuízos causados pelos incêndios nesta região do interior do país.

Em declarações aos jornalistas, o líder nacional do PCP considerou que as medidas de emergência anunciadas pelo Governo são importantes, mas defendeu alterações na actual política agrícola e florestal.

Defendeu “uma política agrícola que se vire para a pequena exploração, que apoie os pequenos e médios agricultores”, a aplicação de verbas do PRODER e a incrementação de Zonas de Intervenção Florestal.

Jerónimo de Sousa declarou que os incêndios florestais não se combatem só no verão, “combatem-se também no resto do ano, com uma política de prevenção, de vigilância, de rentabilização e protecção da floresta”.

“Sem isto, podemos estar só a fazer declarações de solidariedade, que não resultam”, apontou o dirigente comunista.

Jerónimo de Sousa também se mostrou preocupado com o facto de as cinzas resultantes dos incêndios poderem vir a colocar em causa a qualidade da água na região da Serra da Estrela.

Defendeu que “sejam tomadas medidas urgentes, acudindo a quem deve ser acudido e resolvendo os problemas que resultam da queima da floresta que pode ter consequências no meio ambiente e, particularmente, na qualidade da água”.

O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) anunciou que perto de cinco mil hectares de floresta arderam este mês no Parque Natural da Serra da Estrela, correspondendo a 5,52 por cento da área total.

Segundo dados provisórios do ICNB, os incêndios florestais que deflagraram entre 1 e 20 de Agosto nos concelhos de Celorico da Beira, Seia, Gouveia e Guarda consumiram 4878 hectares.