Troços intermédios das Scut do norte ficam sem pagar

Cobrança da portagem depende do carro ser detectado
Fotogaleria
Cobrança da portagem depende do carro ser detectado Fernando Veludo
Cobrança da portagem depende do carro ser detectado
Fotogaleria
Cobrança da portagem depende do carro ser detectado Adriano Miranda/PUBLICO

O esquema é confuso, mas olhando para os mapas ao lado percebe-se que quem circule, por exemplo, na A29 (Gaia-Aveiro) entre Miramar e Maceda não encontra qualquer pórtico de leitura. O mesmo sucederá na A28 (Viana do Castelo-Porto) no troço compreendido entre Póvoa de Varzim e Modivas.

A questão é que esta espécie de isenções não vigora para os veículos que efectuem percursos mais longos englobando aqueles troços. Uma viagem entre Gaia e Aveiro vai custar (para veículos de classe 1) 3,10 euros, entre Viana do Castelo e Porto 4,05 euros e entre Lousada (A11) e Matosinhos 3,65 euros. Com percursos intermédios, o trajecto entre Viana e Póvoa de Varzim vai custar 3,10 euros e entre esta cidade e o Porto os utilizadores terão que desembolsar 0,95 euros.

De Gaia a Ovar vão ser cobrados 1,20 euros, mas quem queira circular por auto-estrada entre Mira e Aveiro vai ter que pagar 2,65 euros. Saindo de Aveiro, quem queira aceder à A25 - que liga à Guarda sem portagem - ou à A1 (Porto-Lisboa) terá que suportar um custo de 1,40 euros, o que faz com que a, a partir de agora, quem queira entrar ou sair da cidade do Vouga para apanhar uma auto-estrada estará sempre sujeito ao pagamento de portagens.

Também a norte do Porto, a cobrança nos troços da A41 e da A4 que fazem a ligação até à A3 (Porto-Braga-Valença) podem vir a ter efeitos perversos, uma vez que a A3 só é paga a partir das portagens da Maia. Para evitar os diários congestionamentos de tráfego no percurso inicial, muitos condutores tinham até agora, igualmente sem custos, aquelas alternativas, que serão compelidos a deixar de usar com a cobrança de portagens.

Na contestação à introdução de portagens, os municípios do Vale do Sousa têm alertado para os efeitos nefastos que a medida pode acarretar para a competitividade das suas pequenas e médias indústrias. No caso de Felgueiras, onde se concentra um competitivo cluster do calçado, cada viagem até ao Aeroporto Sá Carneiro ou ao Porto de Leixões vai passar a custar agora cerca de quatro euros.

Além das limitações que resultam da colocação dos pórticos de leitura, há ainda a questão dos sistemas de identificação dos veículos. Para já apenas os que utilizam o sistema Via Verde estão em condições de ser identificados, esclarecendo o Governo que "a partir de 1 de Julho todos os carros que andam em auto-estradas sem portagem manual têm de ter um dispositivo de identificação electrónico". Os carros que forem matriculados a partir do início do mês terão já o chip de matrícula, enquanto todos os outros (que não tenham Via Verde) "terão de efectuar um pedido de reserva de identificador", o que, segundo um comunicado de ontem do Ministério das Obras Públicas, "pode ser feito nas 900 lojas dos CTT, nas lojas da Via Verde, ou através da Internet em sites a anunciar".

Sugerir correcção
Comentar