Plágio pode valer anulação de doutoramento

A professora do Instituto Politécnico do Porto (IPP) acusada de ter plagiado a sua tese de doutoramento perderá o grau de doutor caso a situação seja confirmada. A denúncia, feita por carta junto da Universidade do Minho (UM) e do IPP, está a ser investigada. Os responsáveis das duas instituições garantem que haverá decisões em breve.

O caso está a ser avaliado pelo Conselho Científico da Escola de Engenharia da UM, onde foi defendida a tese no final do ano passado, e também pelo júri que concedeu o grau de doutor à professora. Caso seja provada a acusação, a docente verá o doutoramento anulado e terá que enfrentar um processo disciplinar do IPP. As teses são acompanhadas de um compromisso de honra atestando que aquele é um trabalho original, pelo que o caso será também obrigatoriamente comunicado ao Ministério Público, uma vez que pode configurar um crime de fraude.

Em comunicado, a UM “confirma ter recebido há dias uma carta anónima” a denunciar o caso, “na sequência da qual desencadeou os mecanismos necessários no sentido de procurar esclarecer se, de facto, a denúncia tem fundamento”. “A universidade tem naturalmente todo o interesse em esclarecer esta situação com a maior brevidade possível", garante fonte da instituição liderada por António Cunha.

A mesma carta que denuncia o caso foi enviada à Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) do IPP, onde a pessoa em causa é professora adjunta desde 2006. “A questão foi-me colocada pelo presidente da ESEIG. A situação foi analisada e comunicada à UM, que é a entidade a quem cabe analisar a matéria de facto”, afirma Rosário Gamboa, dirigente do politécnico. Aquela responsável garante, no entanto, que o IPP “vai acompanhar o caso com seriedade e isenção, mas também com a preocupação e prudência necessárias, dado respeito merecido pelas instituições e pessoas envolvidas”.

As tentativas feitas pelo PÚBLICO de obter uma justificação da parte da professora revelaram-se até ao momento infrutíferas. Este é o primeiro caso de contestação a um grau académico atribuído por motivo de plágio. As situações anteriores foram detectadas antes das provas públicas, levando à anulação dos exames em causa ou à reprovação dos alunos.

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