Professora acusada de plágio na tese de doutoramento

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A universidade está a investigar o caso Hugo Delgado/arquivo

A professora do Instituto Politécnico do Porto (IPP) Ana Luísa Braga Soares doutorou-se, no final do ano passado, na Universidade do Minho (UM), mas a sua tese terá sido plagiada de um trabalho feito por um autor brasileiro. Ana Luísa Soares é professora adjunta na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG) do IPP, que funciona em Vila do Conde. Em Dezembro do ano passado, prestou provas públicas na UM, tendo-lhe sido conferido o grau de doutor.

O documento que defendeu nessa ocasião, intitulado Desenvolvimento Interactivo Multidimensional: Contributo para o Aumento do Competitividade da PME está disponível on-line e terá sido copiado parcialmente do trabalho Potencial Regional de Desenvolvimento de Redes Interorganizacionais. Esta foi a tese de doutoramento de Sérgio Masutti pela Universidade Federal de Santa Catarina, do Brasil, em 2005.

As semelhanças começam a encontrar-se logo no resumo das duas teses. "Nas últimas décadas, a revolução tecnológica propiciou mudanças radicais no processo produtivo, informativo e nas comunicações, forçando mudanças também radicais na economia e nas exigências dos mercados", escreve o brasileiro.

O trabalho de Ana Luísa Soares tem um início em que se percebem as adaptações ao português nacional. "Ao longo dos últimos anos, a revolução tecnológica proporcionou significativas mudanças nos processos produtivos, de informação e nas comunicações, as quais geraram consequentes alterações na economia e nas exigências dos mercados", lê-se.

A docente é filha de Luís Soares, que liderou o IPP durante largos anos e chegou também a ser professor na UM, apesar de estar já jubilado.

O ex-professor da Universidade do Minho já tinha sido acusado de favorecimento à filha quando esta foi nomeada professora adjunta do ESEIG, em 2006. O PÚBLICO tentou contactar Ana Luísa Soares ao longo do dia de ontem, mas a docente encontrava-se fora do IPP e não respondeu também aos contactos feitos por correio electrónico.

Esta situação de alegado plágio já foi denunciada ao Ministério Público e à Inspecção-Geral do Ensino Superior, bem como aos responsáveis das duas instituições de ensino. Até à hora do fecho desta edição não foi possível obter uma reacção da parte das direcções da UM e do IPP.

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