Director do IMC diz que torre oca do MNA tem que ser devolvida até 8 de Maio

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Brigola diz que a decisão era conhecida desde Agosto Pedro Cunha

“Não há recuo”. O director do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), João Brigola, disse ontem ao PÚBLICO que o prazo dado ao director do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo, para a entrega da torre oca (um espaço que tem que ser devolvido à Marinha, que o cedeu ao MNA em 1993) é para cumprir. Até 8 de Maio a torre tem que ser devolvida – situação que, dissera Raposo ao PÚBLICO no domingo, é “totalmente inaceitável”.

“Foi com alguma perplexidade que vi o director do MNA falar numa «precipitação» da situação”, declara Brigola. “A ordem de serviço que lhe foi dada agora é a mesma que ele já recebera em Agosto passado [ainda na altura em que José António Pinto Ribeiro era ministro da Cultura] e que não levou à prática.” A ordem resulta de um protocolo que conduz à prevista transferência do MNA do Mosteiro dos Jerónimos para a Cordoaria.

O director do IMC sublinha que “existe uma hierarquia e uma tomada de posição política, e um director de museu não pode pôr em causa um protocolo que foi assinado por três ministros”. Acrescenta, contudo, que tem “grande consideração pessoal pelo dr. Luís Raposo” e que por isso vê “com grande tristeza a continuação de uma polémica que julgava estar encerrada”. Considera “um contra-senso que um director que está há 14 anos à frente de um museu não esteja à frente dos seus destinos numa nova fase que se abre”. E conclui: “A nossa intenção é pacificadora. Mas há limites”.

No centro da polémica está a decisão de transferir o MNA para o edifício da Cordoaria Nacional. Raposo contesta a decisão argumentando que existem estudos que mostram que a zona da Cordoaria não oferece as condições de segurança (riscos sísmicos e de inundações) necessárias para as colecções.

“O estudo geológico foi feito”, diz Brigola, salientando que “os riscos são os mesmos em toda a zona ribeirinha”, na Cordoaria ou nos Jerónimos e que o IMC acredita que no novo edifício o museu “terá um desafogo” que não tem actualmente nos Jerónimos, onde só pode mostrar “uma parte ínfima das suas colecções”.

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