Governo estima adesão à greve em 13 por cento, sindicatos em 80 por cento

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Educação, saúde e autarquias foram os sectores mais afectados Enric Vives-Rubio

Oitenta por cento para os sindicatos. Pelo menos 13 por cento, segundo estimativas do Governo. Os números foram avançados esta tarde pelo Executivo e pela Frente Comum para a adesão à greve nacional da função pública. Mais uma vez, há disparidade de valores, com as estruturas sindicais a contabilizarem mais de 300 mil funcionários em paralisação, uma contagem reduzida pelos ministérios para 12.600.

Em conferência de imprensa, que decorreu ao início da tarde, Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, garantiu que o nível de adesão atingia os 80 por cento, valor semelhante ao da última greve que juntou as três estruturas sindicais dos trabalhadores do Estado, em 2007. De acordo com a sindicalista, foi nas autarquias que os impactos mais se fizeram sentir, com uma adesão que chegou aos 90 por cento. Na saúde e na educação, 80 por cento dos trabalhadores fizeram greve. Nos serviços da segurança social, foi de 90 por cento.

Estes números são contrapostos pelo com Governo com outros bem mais reduzidos. No final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado da Administração Pública, Gonçalo Castilho, disse que 10,8 por cento dos serviços estiveram encerrados devido à greve, num total de 12.600 funcionários ausentes no local de trabalho. Este valor acabaria por ser revisto durante a tarde para 14,1 por cento, sendo que o Governo deverá avançar com um balanço final da paralisação até ao início da noite.

A última greve convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (afecta à CGTP), a Frente Sindical da Administração Pública (UGT) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado realizou-se a 30 de Novembro de 2007 contra a imposição de um aumento salarial de 2,1 por cento. Nessa altura, os sindicatos contabilizaram uma adesão de 80 por cento, enquanto o Governo falava em 20 por cento.

A greve nacional de hoje será um dos primeiros protestos contra o congelamento de salários, o agravamento das penalizações das reformas antecipadas e questões relacionadas com as carreiras e o sistema de avaliação. Para Abril já estão marcadas “acções de grande impacto” em todas as capitais de distrito que vão receber, junto aos governos civis, manifestações organizadas pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, garantiu Ana Avoila. Para Maio está também agendada uma “grande manifestação”.

Notícia actualizada às 20:25
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