Igreja gostaria que Lisboa pagasse altar, mas autarquia não recebeu qualquer pedido

A Igreja Católica acolheria com satisfação a contribuição da Câmara Municipal de Lisboa para o altar da missa que o Papa vai celebrar na capital, em Maio, embora a autarquia não tenha recebido qualquer pedido, nem se oferecido para tal.

Para as missas que o Papa Bento XVI vai realizar em Lisboa e no Porto, durante a sua visita oficial entre os dias 11 e 14 de Maio, serão erguidos dois altares: na Avenida dos Aliados (Porto) e no Terreiro do Paço (Lisboa).

A despesa com o altar no Porto, mais pequeno que o de Lisboa, será assegurada pela autarquia, que se ofereceu para suportar o seu custo, conforme disse à agência Lusa o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Manuel Morujão.

Esta oferta terá acontecido no decorrer de contactos entre a Câmara Municipal e o bispo do Porto, para a definição de vários aspectos relacionados com a localização e características do altar. A oferta surgiu sem que a diocese do Porto tenha pedido alguma coisa, adiantou o porta-voz da CEP.

Em relação a Lisboa, Manuel Morujão disse que já existiram vários contactos para tratar de questões relacionadas com a missa e, principalmente, a sua localização e toda a logística envolvente, embora não tenha surgido a questão dos custos do altar. “A Câmara Municipal de Lisboa não se adiantou, mas também não recusou nada”, disse.

Contactada pela Lusa, fonte da autarquia lisboeta afirmou que a Câmara não assumiu estes encargos porque não lhe foram solicitados. Questionada sobre a possibilidade de avançar com um eventual patrocínio, caso o Patriarcado abordasse a Câmara Municipal de Lisboa, a mesma fonte escusou-se a revelar qual a posição do município.

Manuel Morujão sublinhou a excelente colaboração que tem existido entre o Patriarcado e a autarquia da capital sobre a visita de Bento XVI. O porta-voz da CEP disse ainda que deverão surgir mais contactos entre as duas instituições e que é natural que a questão dos custos se coloque.

Manuel Morujão afirmou que o Patriarcado veria com satisfação a participação da autarquia nesta despesa. Respondendo a quem critica os custos do arranjo da Praça do Comércio – que deverão rondar os 200 mil euros – o porta-voz da CEP diz ao PÚBLICO que serão evitados “luxos e exorbitâncias, mas tem que se dar dignidade” ao acontecimento. “Basta abrir os olhos para ver o que a Igreja tem feito no apoio aos pobres”, com centros sociais, campanhas de ajuda, o trabalho da Caritas e outras iniciativas, sugere. “Qual a instituição que mais arregaça as mangas para esse trabalho?”, pergunta.

Notícia actualizada às 15h02
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