Mais de metade dos sites públicos estão acessíveis a cidadãos com deficiência

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No nível máximo, AAA, Portugal tem “talvez duas dezenas de sítios que satisfazem os requisitos" Adriano Miranda (arquivo)

Mais de metade dos sites da Administração Pública já estão acessíveis a cidadãos com deficiência, sendo Portugal dos países mais avançados nesta área, diz a agência responsável. Entidades privadas, como empresas, não registam a mesma adesão.

Cumprir os requisitos necessários para que os conteúdos sejam compreendidos pelos cidadãos com deficiência é fácil e quase não implica custos, se o trabalho for desenvolvido na fase de construção do site. Quando se trata de adaptar um site já a funcionar não é tão simples, mas pode ser feito.

O presidente da UMIC - Agência para a Sociedade de Conhecimento, Luís Magalhães, explicou que Portugal tem “alguns dos poucos sítios de Internet do mundo que satisfazem o nível de exigência máximo”, como todos sites desta entidade e de vários da rede solidária que mantém com cerca de 250 instituições para apoio a pessoas com deficiência.

No nível máximo, AAA, Portugal tem “talvez duas dezenas de sítios que satisfazem os requisitos. No nível A, que já é bastante bom, há uma percentagem considerável dos sítios da Administração Pública Central, cerca de 50 ou 60 por cento”, uma média melhor do que em outros países, onde não é ultrapassado cinco a dez por cento, mas ainda “aquém do que seria desejável”, especificou o responsável.

Outras instituições começam a aderir às normas internacionais nesta área, como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que para o presidente da UMIC é “o caso mais significativo até ao momento”. O seu portal tem nível de acessibilidade máximo, “raríssimo de encontrar internacionalmente”.

Este exemplo demonstra a outras entidades, não só bancos, como entidades comerciais e do sector económico privado “que a sua presença na Net não fica dificultada pela necessidade de satisfazer estes requisitos”. Aliás, “frequentemente as pessoas julgam que assegurar que a acessibilidade das suas páginas satisfaz os requisitos máximos para cidadãos com necessidades especiais piora a sua apresentação e atractividade para os cidadãos que não têm esses problemas, mas não é verdade. É perfeitamente possível compatibilizar as duas coisas”, defendeu o presidente da UMIC.

Luís Magalhães realçou que as empresas podem estar presentes na internet da forma habitual, com a vantagem de chegarem a mais clientes, atendendo a que cerca de dez por cento da população tem problemas de deficiência ou dificuldades que os tornam cidadãos com necessidades especiais.

Quando é desenvolvido um novo sítio “é muito fácil” integrar as normas de acessibilidade, “faz-se com custos reduzidíssimos”, mas a equipa tem de estar “consciente dessas regras e saber o que fazer”. A tarefa “já não é tão simples para um sítio que existe”. Em ambos os casos, a UMIC pode contribuir com aconselhamento técnico. Portugal foi o segundo país a nível mundial a traduzir as normas de boas práticas definidas internacionalmente, ou seja, o português foi a segunda língua de tradução, depois do inglês, no original, e do húngaro.

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