Guimarães aposta nas indústrias criativas para a Capital da Cultura

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Capital Europeia da Cultura é vista como uma oportunidade de renovação Paulo Pimenta

A aposta na renovação da economia regional através das indústrias criativas e da regeneração urbana é o principal eixo do desenvolvimento da Capital Europeia da Cultura (CEC) de 2012. A Fundação Cidade de Guimarães (FCG), entidade que lidera o projecto, apresenta esta tarde o Plano Estratégico para aquela iniciativa.

A presidente da FCG, Cristina Azevedo, quer que seja feito um trabalho estrutural. Mais do que a programação cultural, que vai custar cerca de 40 milhões de euros, a cidade encara esta organização como uma oportunidade de reconversão de Guimarães. O próprio documento que hoje é apresentado dá ênfase às questões económicas, não adiantando muito quanto à orientação da mostra artística.

A líder da estrutura que vai organizar a CEC não quis falar com os jornalistas durante o dia de ontem, mas, em comunicado, valoriza o potencial de regeneração da economia trazido pelo evento. "Os resultados esperados ultrapassam claramente os que derivam da leitura dos indicadores tradicionalmente usados. Mais do que o número de espectáculos queremos avaliar efeitos ao nível da diversificação da economia e da qualificação da comunidade", afirma Cristina Azevedo.

O plano estratégico estabelece quatro áreas de trabalho essenciais. A regeneração urbana de Guimarães é um eixo central, apostando-se na renovação de algumas das principais artérias da cidade e na criação de infra-estruturas.

Uma dessas obras será a Plataforma das Artes, que surgirá no espaço do antigo mercado municipal, e que vai integrar o Centro de Artes José de Guimarães. A FCG antecipa que a regeneração urbana permitirá criar um ambiente mais "amigável" na cidade para a criação de indústrias nas vertentes culturais e criativas.

A FCG aposta também no envolvimento da população de Guimarães e das cidades vizinhas e tem vindo a trabalhar nos últimos meses junto das escolas. A outra área de trabalho definida será uma reflexão sobre a construção e a identidade europeias, que promete chamar grandes nomes da reflexão política na Europa a Guimarães.

O ministro da Economia, Vieira da Silva, também estará hoje em Guimarães, para assinar um acordo que estabelece um apoio ao financiamento das despesas de comunicação e divulgação, área para a qual a CEC 2012 destina oito milhões de euros. A verba será assumida pelo Instituto do Turismo, de acordo com o documento que hoje será validado. O protocolo vai ainda determinar as condições de contratualização de um pacote financeiro de apoio à Plataforma das Artes.

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