Ministra da Saúde e primeiro-ministro vacinam-se contra a gripe A para “demonstrar segurança”
A ministra da Saúde, Ana Jorge, indicou que na próxima semana terá início a vacinação contra a gripe A (H1N1) de um segundo grupo que abrange um número mais alargado de doentes crónicos do que o inicial, como as pessoas com hepatite crónica, insuficientes renais, doenças respiratórias com insuficiência respiratória crónica, entre outros. Será também alargado o número de profissionais de saúde a imunizar.
José Sócrates, por sua vez, disse: “Espero que todos os portugueses façam o mesmo”, salientando que “o grande consenso médico vai no sentido da vacinação como forma de prevenir a epidemia da gripe A”.
Esta semana a vacinação incluiu já todas as grávidas do segundo e terceiro trimestre, mesmo sem patologia de risco, e um grupo pequeno de doenças crónicas, como a asma moderada e grave e a obesidade mórbida.
Mesmo com o crescimento dos casos das escolas, afectando sobretudo crianças, o Governo não pretende alterar a ordem de vacincação que coloca as crianças até aos 12 anos no último grupo prioritário, que só deverá ser vacinado a partir de Janeiro. A sua imunização só será antecipada se a Agência Europeia do Medicamento (EMEA) emitir uma recomendação dizendo que basta uma dose, em vez das duas actualmente previstas. O Conselho de ministros da Europa estará também reunido daqui a 15 dias e Portugal aguardará até essa altura para decidir se opta por apenas uma dose. O intervalo mínimo entre doses é de três semanas, juntou a ministra.
A recomendação da EMEA poderá ser emitida na próxima semana, altura em que se reúne o seu comité científico, informou o director da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Vasco Maria, que também esteve presente na conferência de imprensa a seguir ao acto de vacinação. Portugal tem vacinas para três milhões de pessoas (duas doses), mas se bastar apenas uma passa a poder vacinar sessenta por cento da população.
Nas primeiras semanas o Infarmed registou apenas seis reacções adversas não graves, “que em situações normais nem sequer seriam notificadas”, porque são iguais às da gripe sazonal, disse Vasco Maria.