Custo da nacionalização do BPN só será conhecido quando for criado um "mau banco"

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Governador do Banco de Portugal diz que os deputados baralham conceitos sobre as contas do BPN Rui Gaudêncio/PÚBLICO (arquivo)

Rejeitando as afirmações de que os contribuintes já injectaram 2,5 mil milhões de euros no BPN, que defendeu tratarem-se apenas de empréstimos de liquidez da CGD, Constâncio explicou que "só quando for criado um 'mau banco' para reunir os activos tóxicos do BPN será possível saber quanto será necessário de dinheiros públicos "para salvar os depósitos".

Constâncio, que respondia ao deputado centrista Nuno Melo, frisou que as insuficiências de capital até à data apuradas no BPN, de 1,6 mil milhões de euros, são "estimativas e não realidades" e adiantou que só quando se venderem os activos entretanto agregados no 'bad bank' será possível saber o montante despendido pelo Estado no BPN.

Constâncio disse ainda que os deputados manifestaram grande desconhecimento e fizeram "grandes confusões" em relação a questões como a situação líquida do banco e as necessidades de liquidez, que em nada têm a ver com insuficiências de capital. "Para fazer comissões deste tipo e tirar conclusões é preciso saber alguma coisa do que se está a falar", disse o Governador do Banco de Portugal, que também acusou Nuno Melo de ter feito "uma campanha toda" à conta da comissão de inquérito.

Referindo que os custos para os contribuintes deverão ser inferiores a mil milhões de euros, Constâncio notou que os 1,6 mil milhões são ainda estimativas."À partida os montantes de insuficiência de capitais são inferiores a isso [aos 1,6 mil milhões de euros] e não contam com o valor da venda [do BPN]", disse Constâncio.

"Só quando for criado o mau banco para se juntarem os activos deteriorados que se tentarão valorizar e for vendido o BPN, só nesse momento poderemos saber o custo" da nacionalização para os cofres públicos, afirmou Constâncio.

Actualizado às 17.32 horas
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