Assessora de Manuel Pedro confirmou pagamento de “luvas” a José Sócrates
O Freeport foi construído em Alcochete, numa zona ambientalmente protegida e foi simultânea à alteração da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, subscrita pelo actual primeiro-ministro, pouco antes das legislativas do início de 2002.
O depoimento da assessora de Manuel Pedro foi recolhido pela PJ de Setúbal em 2004, numa diligência presidida pela directora do departamento, conta o mesmo jornal.
Nessa ocasião, disse que ouviu uma conversa em que Manuel Pedro disse a João Cabral (com ligações à empresa Freeport) que “tinham de se desenrascar” porque “o Sócrates já tinha os 400 mil”. Terão depois falado em cem mil euros que a testemunha não percebeu a quem se destinavam mas que garante serem também comissões para que o processo fosse aprovado.
A mesma testemunha falou também numa cumplicidade suspeita entre Manuel Pedro e alguns autarcas, nomeadamente os presidentes das câmaras de Alcochete e do Montijo. E gabava-se de ter ajudado o de Alcochete (José Inocêncio) em períodos eleitorais. Conta também ter assistido a uma operação de destruição de provas.
As autoridades suspeitam de que o tio e o primo de José Sócrates, respectivamente Júlio e Hugo Monteiro, tenham cometido o crime de tráfico de influências. O mesmo jornal conta que o Ministério Público acredita que Hugo Monteiro recebeu dinheiro em numerário da empresa Smith & Pedro no âmbito da legalização do Freeport e que avançou com um pedido de levantamento do sigilo bancário em relação ao tio de Sócrates.
Notícia corrigida às 12h10