CGD poderá aumentar capital para acomodar integração do BPN
"Espero que a seguir à nacionalização venha a venda do banco ou parte dos seus activos, para recuperar o esforço financeiro que vai ser feito para repor os níveis de solvabilidade do banco", disse Vítor Constâncio, em conferência de imprensa, após o anúncio da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN).
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou por sua vez que o BPN "está com certeza mais sólido financeiramente com essa intervenção do Estado".
Referindo-se ao plano de recuperação do banco, apresentado pela actual administração, que previa um aumento de capital e a venda de activos, Teixeira dos Santos frisou que tal "não surtiu efeito".
A administração do BPN, presidido por Miguel Cadilhe, apresentou posteriormente uma proposta para que o Estado comprasse acções preferenciais no valor de 600 milhões de euros sem direito a voto, suportando desta forma o Estado as perdas do banco.
Desta forma, o Estado ficaria com pouco menos de metade do capital social do banco. Contudo, "as condições de ressarcimento para o Estado não eram credíveis, nem realizáveis. Era um risco bastante grande", sublinhou Teixeira dos Santos.
O ministro das Finanças anunciou, ao início da tarde, que vai propor ao Parlamento a nacionalização do BPN, que acumulou perdas de 700 milhões de euros.
"O Governo viu-se obrigado a decidir hoje propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco BPN. O Governo tomou esta decisão tendo em vista assegurar aos depositantes que os seus depósitos estão perfeitamente seguros", declarou Teixeira dos Santos, após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
Teixeira dos Santos adiantou que o BPN será a partir de amanhã acompanhado no seu funcionamento por dois administradores da Caixa Geral de Depósitos. A gestão do BPN será entregue à CGD, encarregue de "gerir e apresentar um plano de desenvolvimento".