Abdool Vakil designado para suceder a Oliveira Costa à frente do BPN

A escolha do actual presidente do banco Efisa para ocupar idêntico posto no BPN foi uma surpresa. Nos últimos dias, os rumores de mercado apontavam para que a sucessão de Oliveira Costa fosse feita na base da "prata da casa". Falava-se nos nomes de Francisco Sanches, que já era na prática o "número dois" do anterior líder, e também no de Fernando Ferreira, o presidente da seguradora do grupo, a Real Seguros.

A nomeação incidiu, no entanto, em Abdool Vakil, um licenciado em Finanças pelo ISEG, que é, entre outras coisas, presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa e que estava à frente do banco Efisa. Vakil fez carreira nos sectores público e privado de Moçambique e, já em Portugal, passou pelo Banco de Portugal, pelo Ministério das Finanças e pelo Banco Nacional Ultramarino. Há cerca de 15 anos, criou o banco Efisa.

A saída de Oliveira Costa e a entrada de Vakil foram aproveitadas pelos accionistas do banco para proceder a uma reestruturação da orgânica do grupo. Neste quadro, o novo presidente assume a coordenação de uma equipa onde passa a existir uma separação mais clara de águas.

Francisco Sanches passa a ser o responsável máximo pela área financeira e Franquelim Alves assume a área não financeira. Os negócios da área internacional não financeira passam a ser controlados por Joaquim Nunes.

O conselho superior, que se reuniu ontem, sustenta que numa instituição financeira como o BPN "não pode haver hiatos temporais". Pelo que foi procurada uma solução "célere, mas serena", acabando a escolha por recair sobre Abdool Vakil, "pessoa com experiência e credibilidade", sustenta Rui Machete, segundo comunicado da sociedade divulgado ontem ao início da noite.

Vakil tem pela frente a condução de uma instituição financeira que está sob investigação por parte das entidades de supervisão e pela justiça. O BPN é um dos quatro bancos mencionados na chamada Operação Furacão, que investiga actividades de branqueamento de capitais e fraude fiscal. E terá o seu relacionamento com off-shores sob investigação do Banco de Portugal.

Oliveira Costa alegou agravamento do seu estado de saúde para justificar a saída dos órgãos de gestão do grupo Banco Português de Negócios.

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