O PS confirmou ter sido informado do adiamento da audição parlamentar do governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, para dia 24 deste mês e considerou-o "perfeitamente normal".

Em declarações à Lusa, o deputado Vítor Baptista lembrou que “desde o início se sabia que a audição não seria imediatamente, por dificuldades de agenda do governador do Banco de Portugal”.

O adiamento é, por isso, "perfeitamente normal", explicou o parlamentar que integra a Comissão de Orçamento e Finanças, onde foi aprovada a audição de Vítor Constâncio para dar explicações sobre a supervisão das operações bancárias do BCP.

Embora a audição tenha sido aprovada com carácter de urgência, "o PS nunca entendeu que fosse uma questão de urgência, de um dia para o outro", preocupando-se sobretudo em "esclarecer o problema", afirmou Vítor Baptista.

"É importante que as questões fiquem esclarecidas, mas também que as entidades possam desenvolver o seu trabalho com tranquilidade. O próprio governador do Banco de Portugal disse que precisava de tempo para se preparar para a audição", acrescentou.

Na quarta-feira, o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, o social-democrata Jorge Neto, anunciou que "o governador do Banco de Portugal mostrou disponibilidade para se deslocar à comissão, dia 16 deste mês", um dia após a assembleia-geral do BCP.

No entanto, as bancadas parlamentares foram informadas de que o governador está apenas disponível para ser ouvido no dia 24.

Esta tarde, o presidente do PSD, Luís Filipe Menezes, veio avisar que se Vítor Constâncio não se deslocar até ao final da próxima semana ao Parlamento, os sociais-democratas vão desencadear uma comissão de inquérito para esclarecer a forma como foi fiscalizado o sistema bancário português nos últimos anos.