Carlyle compra Freeport por 227,2 milhões de euros

O Freeport de Alcochete é o único investimento do grupo britânico com o mesmo nome em Portugal
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O Freeport de Alcochete é o único investimento do grupo britânico com o mesmo nome em Portugal Rui Gaudêncio/PÚBLICO
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O fundo de capital de risco norte-americano Carlyle anunciou hoje a compra do grupo de retalho britânico Freeport, que tem um centro comercial em Alcochete, por 155,3 milhões de libras (227,2 milhões de euros), avança o site do jornal "Telegraph".

O grupo Freeport anunciou há um mês a suspensão das negociações com todos os potenciais interessados, incluindo a Carlyle, argumentando com o tempo excessivo das negociações e com a ausência de propostas credíveis. Entretanto, nenhum comunicado foi emitido a anunciar a retoma das conversações.

A Freeport adoptou uma estratégia de internacionalização desde 2004 que privilegiou o continente europeu, com parques comerciais em Portugal (Alcochete), na Suécia e na República Checa.

Projecto português polémico

A presença da Freeport em Portugal não tem sido pacífica. Após a construção do empreendimento na margem sul do Tejo, surgiram diversas notícias a ligar o processo de licenciamento do empreendimento ao financiamento das campanhas eleitorais do PS, incluindo insinuações de que o ex-ministro do Ambiente e actual primeiro-ministro, José Sócrates, teria obtido financiamento do grupo britânico para uma campanha eleitoral do partido a troco de alterações da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo, necessárias para a construção do projecto.

O empreendimento foi também notícia no momento em que o grupo Atalanta, do produtor Paulo Branco, fechou as várias salas de cinema que geria no Freeport, argumentando com a reduzida ocupação das suas salas.

A reduzida frequência de público foi também motivo para um grupo de lojistas ter sugerido que iria pedir a falência ao Freeport, acusando a actual administração de nada fazer para revitalizar este espaço comercial.

A situação financeira de muitos lojistas é também crítica, na medida em que as vendas são muito inferiores às expectativas da empresa britânica, que aplica as rendas em função das estimativas de vendas por metro quadrado.

O grupo Carlyle, dirigido pelo antigo embaixador dos EUA em Lisboa Frank Carlucci teve uma fugaz presença em Portugal, que passou pelo desenvolvimento de algumas dezenas de fogos na zona de Benfica e de um edifício de escritórios e lojas. O projecto inicial previa uma revolução no sector residencial em Portugal, através da construção de fogos a preços muito abaixo da média do mercado.

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