Consola Wii da Nintendo entra na luta com a PS3 da Sony e a Xbox da Microsoft

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Apesar da multidão, o lançamento decorreu com tranquilidade Jeff Lewis/AP

Mais de mil pessoas aguardaram na Times Square de Nova Iorque pelo lançamento oficial, à meia noite de ontem, da nova consola de jogos da Nintendo – a barata mas inovadora Wii –, a tempo da grande época de vendas do Natal.

Apesar da pequena multidão, o lançamento decorreu com tranquilidade, em contraste com o que aconteceu dois dias antes quando a PlayStation 3 da Sony foi posta à venda e a polícia interveio para dispersar interessados demasiado ansiosos à porta de várias lojas dos Estados Unidos.

O primeiro comprador, Isaiah Triforce Johnson, estava à porta da loja de Times Square há uma semana. Teve a honra de apertar a mão ao presidente da Nintendo, mas as atenções dos media centraram-se todas nele, e por boas razões. Para começar, usava uma Nintendo Power Glove, uma luva-controlo bastante visível; depois, Johnson teve a ocasião de explicar que tinha há uns anos mudado o seu nome do meio - e que Triforce é uma referência à série de jogos Zelda, da Nintendo.

Os analistas do mercado consideram que a Wii é um gesto de coragem por parte da Nintendo, que em meados da década passada perdeu para a Sony a posição de líder. Primeiro, porque surge apenas dias depois de aparecer a sofisticada PlayStation 3; depois porque em vez de apostar nos gráficos de alta-definição, como a PS3 e Xbox 360 da Microsoft, espera atrair uma nova geração de adeptos alterando a forma de jogar.

A consola vem equipada com um controlador sem fios, sensível ao movimento, que tanto pode fazer as vezes de raqueta de ténis como de volante, de pistola como de espada. Ou seja, exige que o jogador se movimente.

Outro sinal da tal "coragem" mencionada pelos analistas é o facto de a Wii não vir equipada de início com um leitor de DVD. A companhia explica que "queria atingir um mercado o mais amplo possível", isto é, um preço baixo. Nos EUA, a Wii custa o equivalente a 195 euros, enquanto os dois modelos da PS3 custam 390 e 470 e os dois da Xbox estão nos 235 e 310.

Os números divulgados pela Sony indicavam que a empresa teria distribuído na sexta-feira pelas lojas dos EUA cerca de 400 mil consolas PlayStation 3. A Nintendo quer ter desde já "cinco a dez vezes mais", espera fazer sair das suas fábricas, até ao fim do ano, quatro milhões de unidades e ainda acredita que o produto se esgote nalguns pontos de venda.

Entretenimento para todos

A jogada da Nintendo é, portanto, fazer face aos seus rivais mais sofisticados tecnicamente com um produto familiar. A Wii ambiciona ser um objecto de entretenimento para todos, dos pais aos filhos.

Michael Gartenberg, analista da Jupiter Research, explicou à AFP que "a Sony jogou na potência da PlayStation com imagens em alta definição que querem preparar o terreno para a chegada da nova geração dos jogos de vídeo. A Nintendo escolheu uma abordagem muito diferente, visando não apenas os super-jogadores mas também os outros membros da família, que talvez nunca tenham jogado antes ou que desistiram porque os jogos se tornaram muito complicados".

"Querem redefinir o conceito do jogo de vídeo e será interessante ver como reagirá o mercado", acrescenta.

A Sony e a Microsoft visam decididamente os que jogam com mais frequência e cujo perfil, traçado por empresas da especialidade, é o de homens com idade entre os 18 e os 35 anos.

Com excepção da Xbox 360, já à venda, as consolas da Sony e da Nintendo devem chegar a Portugal nos primeiros meses de 2007.

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