Declaração do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre a publicação dos "cartoons" sobre Maomé

Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade religiosa dos povos muçulmanos.
A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades, tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros.
Entre essas outras liberdades e direitos a respeitar está, manifestamente, a liberdade religiosa – que compreende o direito de ter ou não ter religião e, tendo religião, o direito de ver respeitados os símbolos fundamentais da religião que se professa.
Para os católicos esses símbolos são as figuras de Cristo e da sua Mãe, a Virgem Maria.
Para os muçulmanos um dos principais símbolos é a figura do Profeta Maomé.
Todos os que professam essas religiões têm direito a que tais símbolos e figuras sejam respeitados.
A liberdade sem limites não é liberdade, mas licenciosidade.
O que se passou recentemente nesta matéria em alguns países europeus é lamentável porque incita a uma inaceitável “guerra de religiões” – ainda por cima sabendo-se que as três religiões monoteístas (cristã, muçulmana e hebraica) descendem todas do mesmo profeta, Abraão.

Diogo Freitas do Amaral
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros





Jornal dinamarquês pede desculpa pela publicação de "cartoons" sobre Maomé

Foto
Os responsáveis do jornal pediram desculpas ao povo muçulmano DR

O jornal dinamarquês "Jyllands Posten" pediu desculpas aos muçulmanos por ter publicado "cartoons" sobre o profeta Maomé, num comunicado transmitido à imprensa argelina através da embaixada da Dinamarca em Argel.

"Pedimos desculpa pelo grande mal-entendido provocado pela publicação dos 'cartoons' que retratam o profeta Maomé e que alimentaram sentimentos violentos em relação à Dinamarca", pode ler-se no comunicado.

"Nunca, em nenhum momento, tivemos consciência da extrema sensibilidade dos muçulmanos que vivem na Dinamarca e dos muçulmanos de todo o mundo face a esta questão", explica o texto, assinado pelo redactor-chefe do primeiro jornal a publicar os "cartoons", Carsten Juste.

"Os 'cartoons' incomodaram, manifestamente, milhões de muçulmanos em todo o mundo. Por essa razão, apresentamos hoje as nossas desculpas por tudo aquilo que aconteceu e que não era, de todo, intenção do jornal", acrescenta o responsável.

Os responsáveis do jornal garantem que, no seu entender, os "cartoons" não tinham como objectivo a diminuição da importância do profeta Maomé mas a abertura "de um diálogo sobre a liberdade de expressão" na Dinamarca.

"Sobre as doze caricaturas publicadas pelo nosso jornal, elas explicam-se com um mal-entendido devido às diferenças culturais", escreve ainda o redactor-chefe.

O número de mortos no Afeganistão em resultado das manifestações contra a publicação dos "cartoons" subiu ontem para 11. Pelo menos quatro pessoas morreram e 20 ficaram feridas na cidade de Qalat, na província de Zabul, quando tentavam entrar numa base norte-americana.

Sugerir correcção
Comentar