PCP acusa Governo de “mascarar o défice real”

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O dirigente comunista Agostinho Lopes acusou hoje o Governo de “mascarar o défice real”, considerando “um truque contabilístico” a solução apresentada pelo Executivo para manter o valor abaixo dos três por cento do PIB.

O ministro das Finanças, Bagão Félix, anunciou esta tarde a transferência de mais mil milhões de euros do fundo de pensões da Caixa Geral de Depósitos para a Caixa Geral de Aposentações para manter o défice público abaixo dos três por cento do Produto Interno Bruto (PIB), limite imposto pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Para Agostinho Lopes esta solução é "um truque contabilístico” com o objectivo de “mascarar o défice", o que a torna para o PCP "completamente inaceitável".

"O Governo insiste numa solução que consideramos completamente inaceitável, que já tinha sido criticada pelos trabalhadores da Caixa, mas também por especialistas. Mas o essencial é que é um mero truque contabilístico, uma engenharia financeira para mascarar o défice real português", afirmou o dirigente comunista, membro da comissão política do PCP.

Agostinho Lopes defendeu ainda que a solução para o problema seria violar o Pacto de Estabilidade e Crescimento, considerando que "o Governo poderia, com coragem política, explicar no conselho europeu as suas razões para não cumprir".

"É inaceitável que o Governo considere que países como a Alemanha possam violar o PEC e que Portugal, por ser um país pequeno, não possa", criticou o dirigente.

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