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Novos Activistas da Cultura Europeia: a arte que derruba “fronteiras invisíveis” em tempos de conflito
Mohamed Jabaly, cineasta, e Alistair Alexander, director de uma empresa de comunicação alemã, conversam casualmente nos degraus de um jardim, em Barcelona, acerca da importância do trabalho dos artistas na “resistência e activismo social”. Depois de mostrar que a política não é "apenas para os políticos", a série documental New Activists of European Culture (“Novos Activistas da Cultura Europeia”, em português) quer neste terceiro capítulo intitulado Invisible Borders ("Fronteiras Invisíveis") responder a uma pergunta: "Quão importante é a arte em tempos de conflito?"
Mohamed vive na Noruega, mas nasceu e cresceu em Gaza, “cercado por muitos desafios e problemas políticos”. No Verão de 2014, a cidade foi alvo de um bombardeamento “agressivo” e o palestiniano acompanhou, na primeira pessoa e com uma câmara nas mãos, as várias ambulâncias que transportavam as vítimas para os hospitais. “Eu experienciei muitas coisas, muito sangue, tragédia”, revela no filme. Durante 51 dias, gravou o “sofrimento do povo”, o que o encorajou a realizar o seu primeiro documentário, em 2016: Ambulance. “Se olharmos para esta sociedade, vemos que em Gaza e na Palestina há muitos artistas, fazemos todos parte da diáspora e estamos pelo mundo todo. [A arte] é uma forma de resistência.”
“Como é que um país que vive forte pressão política e económica arranja espaço para a arte?”, questiona Alistair Alexander. O director de edição e produção da Tactical Tech, em Berlim, mostra-se fascinado com a veia artística presente nestes locais de maior tensão. “Eu acho que é fácil pensar-se que a arte nestas situações é algo irrelevante, um problema menor, mas na verdade é nestes contextos que se torna essencial.” Para o britânico, “ainda existem" fronteiras em vários países, incluindo na Europa e na América do Norte, para as quais a arte poderá ser uma solução “incrivelmente poderosa.”
O P3 está a acompanhar esta série de sete documentários realizada pelo Canal 180, em parceria com a We Are Europe. No episódio seguinte, Matthew Collin conversa com Katarina Serulus acerca da Rave Revolution da Geórgia, onde, em 2018, os jovens do país dançaram pelas ruas, em protesto contra a violência nas detenções policiais em duas das principais discotecas de Tbilisi. O jornalista e a curadora de arte vão explicar como “dançar pode levar à mudança”.