Vale e Azevedo já foi libertado

Ex-presidente do Benfica deixou a prisão da Carregueira.

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Vale e Azevedo deverá sair do Estabelecimento Prisional da Carregueira no período da manhã Daniel Rocha

João Vale e Azevedo, antigo presidente do Benfica, deixou na manhã desta terça-feira a prisão da Carregueira, apos ter cumprido cinco sextos da pena de prisão a que foi condenado.

O ex-advogado cumpriu cinco sextos da pena de 11 anos e meio que lhe foi aplicada nos processos Ovchinikov, Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, tendo por isso direito a sair em liberdade, embora ainda sujeito a algumas condicionantes, comuns a todos aqueles que se encontram na mesma situação: não se pode afastar da zona de residência mais de cinco dias seguidos sem informar o Tribunal de Execução de Penas nem frequentar locais propícios ao crime.

"Juridicamente, ele está sob a alçada das autoridades inglesas e só com autorização das autoridades inglesas é que poderá ser feito qualquer julgamento ou ser aplicada qualquer medida de coacção que implique uma nova detenção", afirmou a sua defensora, a advogada Luísa Cruz, citada pela Lusa.

Sobre Vale e Azevedo impende ainda uma condenação a dez anos de cadeia por branqueamento de capitais, peculato, falsificação de documento e abuso de confiança, no negócio das transferências dos futebolistas britânicos Gary Charles e Scott Minto, do brasileiro Amaral e do marroquino Tahar El Khalej.

Porém, como o antigo líder desportivo havia sido extraditado de Inglaterra para Portugal em 2012 apenas para cumprir a pena a que tinha sido condenado no âmbito dos processos Ovchinikov, Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, por burla agravada e outros crimes económico-financeiros, cabe às autoridades britânicas decidir se permitem a ampliação da extradição que permitiu a sua prisão ao caso das transferências dos futebolistas, explicou ao PÚBLICO Luísa Cruz.

Vale e Azevedo vai regressar à sua quinta em Colares, onde a mulher desenvolveu um projecto de turismo de habitação e realização de eventos. Mas não será só nisso que o advogado de 59 anos ocupará o tempo: “Há empresas, em Portugal e no estrangeiro, que querem voltar a recorrer aos seus serviços de consultadoria financeira”, assegura a sua advogada.

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