Ventura anuncia candidatura a Belém a 28 de Fevereiro nos Jerónimos

Líder do Chega escreveu carta aos deputados pedindo “o maior sigilo sobre a situação”, mas em Dezembro já tinha admitido voltar a concorrer a Belém, como fez em 2021.

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André Ventura foi candidato presidencial em 2021, tendo ficado em terceiro lugar, atrás de Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes Nuno Ferreira Santos
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O líder do Chega, André Ventura, anunciou este sábado, através de uma carta enviada aos deputados, que vai ser candidato a Presidente da República em nome do partido.

De acordo com esta carta a que a agência Lusa teve acesso, Ventura pede aos deputados "o maior sigilo sobre a situação", referindo que vai anunciar esta candidatura às presidenciais de 2026 a 28 de Fevereiro, às 20h00, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

"As razões são diversas, mas prendem-se essencialmente com a necessidade de termos uma candidatura que represente o espaço da Direita anticorrupção e anti-imigração sem confusão com os políticos que toda a vida defenderam o contrário e agora se pretendem apropriar do nosso espaço político", pode ler-se na mesma carta.

"Esta candidatura justifica-se pelo actual contexto de insegurança que se vive em Portugal: precisamos de um Presidente da República que não tenha medo de dizer que está ao lado das forças de segurança, dos polícias e dos magistrados na luta contra o crime. Um Presidente da República que não hesitará em alinhar ao lado dos portugueses de bem contra os bandidos e que pressionará para dar carta verde às forças da ordem para actuarem de forma implacável contra as organizações criminosas e os criminosos que põem a nossa segurança pública em risco", pode ler-se na carta, citada pela RTP.

E, regressando aos temas estimados pelo partido, Ventura aponta ainda à corrupção, à imigração e à luta contra o sistema, sublinhando que “as Presidenciais de Janeiro do próximo ano serão particularmente importantes para a afirmação do Chega enquanto alternativa de poder em Portugal”.

“Não podemos deixar que o centro-direita e o centro-esquerda (o centrão dos interesses) continuem a dominar e a condicionar a política portuguesa, perpetuando um regime corrupto, de amiguismo e de interesses que se instalou em Portugal nas últimas décadas”, propugna André Ventura.

O anúncio desta candidatura não é propriamente uma surpresa.

Em Dezembro, durante uma visita no âmbito das jornadas parlamentares do partido, Ventura admitiu voltar a candidatar-se a Presidente da República nas eleições de 2026, e indicou que anunciaria a sua decisão até ao final de Março.

"Até final de Março, eu apresentarei ao partido e tornarei público aquela que é a minha posição sobre as eleições presidenciais, sobre se vou avançar ou não para as eleições presidenciais em Janeiro de 2026", afirmou então.

A confirmar-se, esta será a segunda candidatura do presidente do Chega a Belém. André Ventura foi candidato presidencial em 2021, tendo ficado em terceiro lugar, atrás de Marcelo Rebelo de Sousa e Ana Gomes. De acordo com os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o presidente do Chega obteve 11,90% dos votos (496.773 votos).

Para já os únicos candidatos que assumiram a intenção de concorrer a Belém foram André Pestana e Tim Vieira, um empresário português fundador da Fundador da Brave Generation Academy, e Joana Amaral Dias que admitiu estar a ponderar, tendo já recebido o apoio dopartido ADN — Alternativa Democrática Nacional. Os três participaram recentemente num debate na SIC Notícias.

Na lista de putativos candidatos, além de Gouveia e Melo, que não esconde essas intenções e tem aparecido como o favorito nas sondagens, no PS somam-se nomes como António José Seguro, António Vitorino, Augusto Santos Silva, Ana Gomes ou o não militante Mário Centeno. À direita, Marques Mendes pondera avançar com uma candidatura, sendo que Luís Montenegro já disse que pretende apoiar a candidatura de um militante.