BCE reduz juros para 3%, é o terceiro corte consecutivo desde Setembro

Com novas previsões de inflação mais baixa e crescimento mais lento, Christine Lagarde e os restantes membros do conselho de governadores do BCE optam por manter o ritmo de descida de taxas de juro.

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Christine Lagarde, presidente do BCE, com Luis de Guindos, vice-presidente da instituição FRIEDEMANN VOGEL / EPA
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Confirmando aquelas que eram as expectativas nos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta quinta-feira baixar pela terceira reunião consecutiva a sua principal taxa de juro de referência, dando mais um passo para colocar um ponto final na imposição de uma política monetária restritiva para controlar a inflação.

No final da reunião realizada em Frankfurt, os membros do conselho de governadores da instituição anunciaram em comunicado que a sua taxa de juro de depósito que é actualmente a principal referência para os custos de financiamento na zona euro passa de 3,25% para 3%, um corte de 0,25 pontos percentuais que está em linha com aquilo que a grande maioria dos analistas antecipava para esta reunião.

Depois de ter realizado um primeiro corte de taxas em Junho e de, nas mais recentes reuniões de Setembro e Outubro, ter optado por cortes de 0,25 pontos percentuais, havia nos mercados há algumas semanas a dúvida sobre se o BCE poderia ir desta vez mais longe, efectuando um corte de 0,5 pontos percentuais. No entanto, perante uma conjuntura de incerteza na economia mundial, especialmente da entrada em funções de uma nova administração na Casa Branca, Christine Lagarde e os seus pares optaram pela prudência, mantendo o mesmo ritmo de retirada das restrições monetárias na zona euro.

No comunicado, os responsáveis do banco central dizem que “o processo de desinflação está no bom caminho", acrescentando que a maior parte das medidas de inflação subjacente sugerem que a inflação irá estabilizar em torno da meta do conselho do BCE de uma forma sustentada".

E, como que a confirmar esta análise, o banco central apresentou também novas previsões para a economia da zona euro que apontam para taxas de inflação mais baixas e variações do produto interno bruto (PIB) mais reduzidas. Os técnicos do BCE estimam agora que a inflação passe de 2,4% em 2024 para 2,1% em 2025, quando em Setembro apontavam para valores de 2,5% este ano e de 2,2% no próximo. A expectativa continua a ser a de que, em 2026, a inflação fique ligeiramente abaixo da meta de 2%.

No que diz respeito ao crescimento económico, o banco central está mais pessimista. Prevê que a economia da zona euro irá crescer 0,7% este ano e 1,1% no próximo, quando em Setembro, apontava para variações do PIB de 0,8% e 1,3% em 2024 e 2025, respectivamente.

Ao início da tarde desta quinta-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, irá explicar em maior detalhe a decisão tomada, ao mesmo tempo que são apresentadas as projecções completas do banco central para a economia da zona euro.

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