Taxas Euribor já antecipam queda abaixo dos 2% até Junho de 2025
Créditos à habitação com taxas variáveis (Euribor) vão continuar a sentir reduções das prestações nos próximos meses.
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A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar mais uma vez as suas taxas de juro já foi antecipada nas quedas recentes das Euribor, mas a expectativa do mercado continua a ser de mais reduções no próximo ano.
Na sessão desta quinta-feira, 12 de Dezembro, a Euribor a três meses caiu para 2,886%, abaixo do que se esperava há poucos meses, quando se admitia que terminasse o ano nos 3%. Esta taxa, a mais alta das três utilizadas no crédito à habitação, encontra-se, agora, no valor mais baixo desde Março de 2023.
Sinalizando novas descidas, o contrato de futuros de Junho de 2025 aponta para um valor abaixo dos 2%, uma descida que, a confirmar-se nas sessões diárias do mercado interbancário, é bem mais acelerada do que se esperava no Verão passado.
A Euribor a seis meses, a mais utilizada nos novos contratos à habitação e a que está presente em 37% da carteira de crédito a taxas variáveis em Portugal, subiu nesta quinta-feira muito ligeiramente (0,002 pontos percentuais) face à sessão anterior, para 2,656%. É preciso recuar a Dezembro de 2022 para encontrar um valor mais baixo, e depois de, tal como a taxa três meses, ter atingido 4% há cerca de um ano.
A taxa mais longa, a de 12 meses, é a que apresenta o valor mais baixo, precisamente porque antecipa o valor da taxa a atingir no final desse prazo. O valor caiu para 2,421%, menos 0,008 pontos percentuais do que na véspera, e cada vez mais longe dos 4,228% registados no final de Setembro do ano passado.
Os valores actuais das Euribor, que reflectem os juros a que um conjunto alargado de bancos está disponível a emprestar dinheiro entre si, têm um impacto positivo para quem tem crédito à habitação associado a estas taxas, reflectidas nas revisões a cada três, seis e 12 meses, conforme o prazo associado no contrato.
A evolução em baixa pesará na escolha do regime de taxa nos novos empréstimos à habitação, actualmente dominados pela taxa mista (período fixo nos primeiros anos do contrato e depois variável). Mas os incentivos dados pelos bancos às taxas mistas, nomeadamente na redução de spreads (margem comercial), limitarão sempre o peso dos empréstimos a taxa variável. Segundo os últimos dados divulgados pelo Banco de Portugal, relativos a Outubro, 77% dos contratos foram a taxa mista, uma descida de apenas um ponto percentual face a Setembro. No total da carteira, o peso dos contratos a taxa mista subiu para 30,6%, o mais elevado de sempre, depois de representar 29,24% em Setembro.
Contudo, para quem tem poupanças, depósitos ou Certificados de Aforro, a descida das Euribor significa uma queda na rentabilidade, apesar de apenas os certificados estarem indexados directamente à Euribor a três meses, passando a pagar menos juros quando esta cair abaixo dos 2,5%. Nos depósitos, as novas taxas de juro só se verificam em novas aplicações ou reaplicações.
O corte de taxas decidido nesta quinta-feira pelo BCE é o quarto do ano (depois das reduções decididas em Junho, Setembro e Outubro passados), colocando a taxa de depósitos (depo), a que serve de referência para o custo do dinheiro para os particulares e empresas na zona euro, em 3%.